A afirmação de um sujeito, a sua posição referente à crítica das mídias será questionada de várias maneiras em Amerika (1972-83-mil novecentos e setenta e dois-oitenta e três).
A construção em mosáico, com partes recorrentes tais como motivos espalhados no fluxo do filme, toma como sujeito os bancos de imagens. Nesse filme Al Razutis questiona de maneira plural a iconografia das mídias roubando [pilhando] os bancos de dados e de imagens de arquivos opondo-os aos instrumentos de percepção e de transformação. Ele mistura vários registros visuais e níveis de discursos que questionam as ideologias de massa sobrepondo modos de visão distintos que se afirmam, se contradizem, comentando as partes que o antecedem. Essa construção aparenta-se mais a uma desconstrução no sentido derridiano, quer dizer revelando as confusões, decalagens de sentido que a omnipresença das mídias contemporâneas induz, escravizando e vitimizando o espectador. Não se poderá dizer que Amerika foi influenciado pelo situacionismo, ele participa da época e na sua osculação do mundo espetacular aparenta-se a interrogações e coloca as mídias em situações. A sequência (The Wildest Show) (O espetáculo mais selvagem) na qual as imagens de arquivos (guerra do Vietnam, Segunda Guerra Mundial, execução, jogo TV…interrompidos por spots de propaganda, eles mesmos desviados visualmente pelo meio de textos colocados sobre as imagens) e slogans são incorporados a painéis publicitários. Inscrição nas paisagens urbanas de slogans e documentos que os parasitam. Essa invasão das imagens, e a sua encenação espetacular antecipam a invasão móvel da imagem em movimento. Na encruzilhada de um questionamento sobre a arquitetura e as modalidades de ocupações dos espaços por e dentro da imagem, o filme propõe várias modalidades e critica essa contaminação icónica. A cidade se revela através da apropriação dos espaços publicitários aos quais respondem a proliferação de grafos que se opõem, desviam, contaminam em camadas as paisagens abandonadas ou os lugares simbólicos de conglomerados, de instituições segundo travellings laterais de três sequências de Motel / Row. Na versão tripla tela desse filme, o trabalho, a discrepância, é fortalecida pela justaposição e a vertigem aparente induzida pelas três trilhas sonoras simultâneas, que ativam e afiam nosso olhar.
Esse filme soma, compartilha algumas das interrogações de Kirk Tougas que, em dois filmes da mesma época, implanta um questionamento relativo às mídias, em Politics of Perception (1973-mil novecentos e setenta e três) (Políticas de percepção), fazendo um trailer de um filme com Charles Bronson (The Mechanic- O mecânico) enquanto em Letter from Vancouver (1973)i (Carta de Vancouver) depois de uma primeira parte voltada para as mídias (tais como propaganda, cinema, televisão) e no Canadá usando um slogan do partido liberal canadense; o filme assenta uma experiência. Essa experiência próxima a de L’anticoncept (1952-mil novecentos e cinquenta e dois) (O anticonceito) de Gil Wolmaniiou das de Peter Kubelka e Tony Conrad pelo uso apenas do piscar preto e branco é intenso. Mas ao contrário desses dois cineastas, nota-se a presença de uma forma: um círculo preto ou branco num fundo preto ou branco evoluindo segundo os ritmos independentes daqueles da trilha sonora: o Bolero de Ravel. A ligação entre as duas partes compondo o filme nos encaminha a considerar o filme como uma ferramenta para pensar o presente evocada (o Canadá dos anos 70) confrontando-o à experiência do momento, quer dizer à projeção que estamos assistindo.
Der Riese (1983) de Michael Klier vai contra a espetacularização concentrando-se sobre o universo concentracionista das câmeras de vigilância do espaço urbano. O filme está constituído apenas de sequências retiradas e elabora micro ficções sem conclusão, ajustando a temporalidade indefinida do vídeo de vigilância à duração de um longa-metragem. É o cotidiano, os fluxos de trânsito que, atomizando-se, fazem o espetáculo.
A conclusão de sequências se generalizando nos anos 80, encontrar-se-á [se encontrará; encontra-se], com mais frequência, propostas de filmes e vídeos que consistem no desvio das [bandas de atualidades] a fim de analisar, descontruir as relações de poder. A esse respeito, Death Valley Day (1984-mil novecentos e oitenta e quatro)(O dia do Vale da Morte) das Gorilla Tapes é exemplar, encenando as relações de sedução entre Margaret Thatcher e Ronald Reagan a partir da banda (que contem 4): Secret Love (Amor Secreto). O recurso à amostragem e à repetição de trechos de discurso ou de entrevista faz surgir sentidos latentes, estes sendo espalhados e recontextualizados historicamente através da filmografia de Ronald Reagan. Com a aparição do vídeo Scratch na Inglaterra nos anos 80, vários artistas apoderam-se [tomam] de trechos de filmes hollywoodianos, bandas de atualidades e os trabalham segundo as técnicas de sampling, fazendo-os às vezes gaguejar, ao som de uma música com um bom ritmo. Georges Barber desenvolveu através uma montagem rápida, samplings curtos e efeitos eletrônicos low-tech, uma obra singular que faz parte de uma desconstrução massiva do modo narrador no cinema: Absence of Satan (1985-mil novecentos e oitenta e cinco) (Ausência de Satã). Com o vídeo scratching, a ligação com o situacionismo é mais distante mas as obras compartilham várias características estéticas e estratégicas com as de Thorsen e de alguns outros situacionistas, a presença do humor e do escárnio [paródia] são então essenciais.
Em 1989 (mil novecentos e oitenta e nove), enquanto eu dirigia Spetsai, um curto diário filmado de uma viagem numa ilha grega, os comentários sobre a sociedade do espetáculo acabavam de ser publicados. Pareceu-me pertinente opor as temporalidades perceptivas e cognitivas entre texto e imagem. O recurso ao diário filmado, com seus montes de fotogramas que sugam as paisagens, lugares e pessoas telescopando os planos nos quais estão colados trechos de Debord, falando de ecologia, do nuclear e do espetáculo. O texto em preto respeita a tipografia e a disposição que tinha no livro e tacha no seu centro a imagem em movimento. Cada linha ou dupla linha de textos aparece a cada 7 segundos introduzindo rupturas e suspense na leitura, e solicita assim a lembrança dos que foram lidos um tempo atrás enquanto nossa visão foi varrida pelas imagens de uma natureza «preservada». O texto é irradiado pela imagem, mas o texto nos tira constantemente da imagem. Nós devemos também escolher entre um ou outro, ou suspender um para melhor entender o outro.
Tribulation 99 (Tribulação noventa e nove), Alien Anomalies under America (Anomalias estrangeiras debaixo da América), de Craig Baldwin, nós chegamos numa intensificação do uso do found footage e numa releitura da história dos Estados Unidos na qual as teorias da conspiração ganhariam e justificariam os episódios guerreiros, neocolonialistas de Ronald Reagan e Georges Bush na América Central e pelo mundoiii. O filme inteiramente feito de trechos de filmes de série B, de bandas de atualidades diversas dos anos 50 e 60 nos revela as relações ligando diversas doutrinas e atos segundo diversas teorias da conspiração. Ele não esclarece essas teorias mas escurece ainda mais um pouco nossa compreensão, invertendo assim o trabalho crítico usando o exagero e a paródia. De um lado o filme parodia a propaganda dos filmes de ficção científica dos anos 50 ao mesmo tempo que ele sublinha suas plasticidades. A trilha sonora do seu discurso alucinado participa desse empreendimento de desconstrução da miragem americana parodiando as guerras de ocupação̸ como diz Craig Balwin: O que eu tento fazer é tomar posse de ideias, personaliza-las e melhora-las para que elas facilitem a argumentação política. Assim, eu posso inverte-las, de tal maneira que esses mitos urbanos possam servir qualquer coisa em qualquer lugar. Tal foi a estratégia usada: não seguir de forma besta a história política da Guatemala, o que seria universitário demais, desviariam os defensores da subcultura; a ideia era ir por baixo, pegar o caminho de baixo e contar histórias estúpidas, histórias paranóicas e conspirações de todo modo, mas de fato não é um pseudo documentário; trata-se do que eu chamo de pseudo-pseudo documentário. Um falso!iv»
O trabalho cinematográfico de Keith Sanborn deve se pensar a partir das relações que ele tem com as obras teóricas e fílmicas de Guy Debord e Hollis Frampton. Contudo, querendo mostrar cinematografias desconhecidas nos Estados Unidos, ele defendeu e mostrou filmes letristas e situacionistas propondo reconstituições de sessões e também traduções dos seus filmes e isso a partir dos anos 80. A sua obra “filmes e vídeos” se inscreve numa abordagem analítica quanto aos usos do cinema de moldar a realidade social. Em números filmes, realmente é a autoridade do autor que é questionada pela apropriação de trechos de qualquer tipo de materiais, mas é sem dúvida a apropriação do aviso do FBI quanto à interdição da reprodução do filme que adere mais ao desvio tal como pensado por Wolman e Debord, em The artwork in the age of its mechanical reproducibility by Walter Benjamin as told to Keith Sanborn .( A arte na idade de sua reprodutibilidade técnica1 por Walter Benjamim como contado a Keith Sanborn) © 1936 (mil novecentos e trinta e seis. (1996-mil novecentos e noventa e seis) assinado por Jane Austen. Esse trabalho se faz em paralelo à história do cinema e das mídias com uma predileção para as sequências, filmes que são clichês ou ícones. Desse modo, o assassinato de Kennedy em the Zapruder Footage: an investigation sensual hallucination (1999 mil novecentos e noventa e nove), as propagandas do Exército Vermelho para recrutar novos soldados (The Beauty and the Beast, la propagande américaine dans Operation Double Trouble (2003-dois mil e três)…. Equivalences(2007.-dois mil e sete…)e mais especificamente os capítulos Kate Moss̸ Saddam Hussein, o execução de Saddam Husein. Com esse projeto Keith Sanborn «evoca e critica de maneira moderada os situacionistas», retomando os termos, se bem que foram justificados para não incluir os computadores nos seus arsenais por que dominados por estados e instituições capitalistas do momento, mas inesperadamente, as coisas se abriram no reinado digital enquanto os computadores se decentralizaram e as redes voltaram a se tornar importantes de outra maneira»v. Com Keith Sanborn, a releitura de perto das imagens e de suas montagens é examinada para mostrar os mecanismos de funcionamento reintroduzindo (para alguns) em outras redes de circulação, de difusão. O trabalho de gaguejo efetuado a partir do filme publicitário da Navy em Operation Double Trouble revelando a mecânica e as relações ténues que ligam Hollywood e a «Voz da América».
Com The Society of the Spectacle A Sociedade do espetáculo (dois mil e quatro)(A Digital Remix) 2004 de Rick Silva e Trace Reddell, nós estamos em frente a um trabalho que mistura imagens tomadas na rede a partir do provedor Google sobre termos ligados aos escritos de Guy Debord. As imagens tomadas são em seguida coladas a fotos em preto e branco vindo dos filmes originais de Debord. A justaposição e a acumulação dos tratamentos dos objetos icônicos se opõem ao desfile de textos teóricos induzindo uma grande dificuldade quanto à apreensão de todos os elementos em jogo na banda. Essa estratégia reatualiza assim o dispositivo usado por Debord em certos filmes jogando da oposição e da complementaridade do som e da imagem, enquanto nesse remix a trilha sonora é de outra natureza, os ritmos e as síncopes dominam, dinamitando um pouco mais a experiência do filme.
Do seu lado, The Production of Meaning (2006) do coletivo Adbuster, continua o trabalho inaugurado por Al Razutis em paralelo à invasiva presença das marcas em nosso ambiente cotidiano. A insistência sobre a junk food não é questão de gosto mas tem a ver com a cultura do proveito e o esquecimento de qualquer preocupação ecológica dos trusts alimentícios. A banda trabalha as representações do consumerismo e nossa alienação frente a seus diktats. O militantismo de Adbuster se desenvolve através diferentes ações, denúncias tais como o « Buy Nothing Day » pedindo que nós mudemos imperativamente o estilo de vida. Não pode ser tanto o filme como as ações, a revista e o engajamento de Adbuster enquanto potência ativista que evoca o engajamento de Debord e dos situacionistas, mas de uma maneira mais contemporânea, como Act-up pode ser nos anos 80 e 90 aqui e lá.
Em 2008, depois de uma brusca recusa de mostrar Critique de la séparationvi (Crítica da Separação) em um programa de filmes políticos, Ernie Larsen e Sherry Millner dirigiram a todo vapor um filme por duas telas Partial Critique of Separation. Nesse filme, Critique de la séparation- Crítica da Separação é desviado, e se opõe a situações contemporâneas. A distância geográfica e temporal permite insistir sobre novas formas da dissolução e de separação, a distância entre um original e seu remake contemporâneo. A apropriação do filme referencia e a utilização de Final Cut manifesta o abismo que separe as duas propostas. Se Critique de la séparation- Crítica da Separação se fecha nele mesmo, o filme de Larsen e Millner leva em consideração essa distância e vai jogar com essas diferenças incorporando a cor: verdadeira heresia se se fala apenas da filmografia de Debord, mas lógico fala-se dessa política afirmativa das distâncias que afirmam desse jeito as interpretações. As duas bandas, uma traduzida, falada por uma mulher se opõe assim à do homem original. O machismo de Debord é então colocado em margem.
Em 2009, um filme e um livre de Jean-François Brient foram postos em livre circulação na internet. De la servitude modernevii (Da escravidão moderna) se apresenta como uma compilação de trechos de filmes de ficção e de documentários. O filme propõe uma crítica da sociedade usando estratégias formais próximas das usadas nos filmes, por Guy Debord. A escolha de opor a imagens formatadas pela indústria do espetáculo, um discurso crítico quanto à sociedade contemporânea e às modalidades de escravidão desse mesmo mundo é uma demarcação direta da Sociedade do Espetáculo, até no timbre da voz que lembra no seu ritmo e acentos a voz de outra figura de «má reputação». O texto e o filme são livres de direitos e se inscrevem em uma política aberta de difusão que questiona as limitações impostas pelos sistemas de difusão que protegem supostamente o direito dos autores enquanto de fato ele permite antes de tudo às companhias de exercer outras formas de dominação. Na apresentação do filme, refere-se explicitamente a Debord, Marx e Boétie. Um filme panfleto que retoma com uma formidável vontade de acabar com esse sistema odiado. A multiplicação dos trechos de filmes e suas montagens brinca com os códigos do cinema clássico que quer que toda sequência seja tecnicamente controlada, o ritmo relativamente lento se opõe à conclusão explosiva tanto do ponto de vista musical como audiovisual. Esse surgimento imprime do seu selo a necessidade de se revoltar.
No film The Society of The Spectacle (2013) by Heath Shultz se pode ver uma atualizaçnao da propost de Guy Debord, ms mais que uma atualisaçnao deveremos falar de colocar em perspectiva o doas temporalidade, dois preentes, qual de Debord (40 anos atraes) e nosso de hoje. Doas temporalidade, doas registos de imagem. A fonte das imagens que foram escoliadas e apropriado por Guy Debord são confrontadas com équivalente encontradas nos differntes bancos de dados do internet.
Heath Schutz escrevem sobre algunas das estratégias usadas para fazer seu filmeviii. A confrontaçao entre despues e agora, onde as imagens são especificas e não são substituto generico dos produtos, se encontro no acoplamento do tiros de Lee Oswald com o pendurar de Sadam Hussein. Aqui as observaçoes do texto original de Debord continu ter uma grande ressônancia.
Ao momento que nos vemos os assasinatos se pode ovir :
O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu
instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e
toda a consciência. Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido e da falsa consciência; a
unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada.ix
Na sua proposta Heath Shutz tem consciência que no livro e no filme A sociedade do espactacolo, Guy Debord tem uma visao patraiachal e misoginst por isto ele va opor ao tipo de representaçao de mulheres por Debord imagens e textos de Scuicide Girls: What people think is strange or weird or fucked up, we think is what makes us beautiful, e mais tarde no filme na ulyimas minuttos ela va usar extratos deo filme La commune de Peter Watkins onde radical sfeminist sujetivdade afirma a necesidade das lutas.
Esse rápido percurso nos permitiu entrever a importância de Guy Debord pelos cineastas experimentais e os artistas vídeos, que souberam inspirar-se dele sem por isso duplicar seus filmes. O trabalho teórico, o questionamento sobre o estado do mundo e a sociedade mercantil reificada nesse mundo espetacular não podia deixar indiferente os cineastas, videoastas que se questionam sobre as modalidades de produção e de circulação das imagens. A interrogação sobre o dispositivo cinematográfico não pode descartar as questões relativas à ideologia das ferramentas de produção dessas mesmas imagens, e isso no sentido de numerosos trabalhos do cinema estrutural materialistax que poderiam ter tido mais eco nessas páginas, mas a referência com Debord é menos ténue, enquanto dominam as questões relativas à especificidade do medium.
A análise do dispositivo cinematográfico faz corpo com as formas de intervenção de «guerrilla» pelo meio das mídias para parafrasear René Vienet, apropriando-se os exemplos mais finalizados essa escrita cinematográfica que são: «as atualidades, os trailers e o cinema publicitário». A convergência de análise, os usos e o desvio fazem que o cinema experimental e o vídeo arte se aproximam de teses defendidas por Guy Debord e os situacionistas. Desde 1977 (mil novecentos e setenta e sete), a Segunda Internacional relevava a pertinência de tal prática «O underground é o meio de informação o mais extático de nossos tempos, fora seu papel motor e capital que ele tem em suas aptidões à transformação dos costumes do cotidiano»xi.
1Note de la traductrice: traduction officielle du titre du livre au Brésil.
iSur ces deux films de Kirk Tougas, voir Al Razutis et Tony Reif : Critical Perspectives on Vancouver Avant-Garde Cinema 1970-83, Vancouver Art and Artist, Vancouver Art Gallery 1981, disponible em ligne à http://www.alchemists.com/visual_alchemy/writings/critical_perspectives.html
iiSur L’anticoncept, voir Jean-Michel Bouhours : De l’anticoncept à l’anticoncept; in Wolman Défense de mourir, éditions Allia , Paris 2001
iiiTribulation 99 Alien Anomalies under America, existe aussi sous la forme d’un livre édités aux Ediciones La Cavalera , New York em 1991; il est préfacé par Jane Austen.
ivC’est nous qui traduisons un extrait d’une interview entre Craig Baldwin et Jack Sargeant: No Text/ No Truth/ Dissemination and Revolution. “so what I try to do is take those ideas and customize then and tweak them, so they would accommodate the political argument. I could turn them inside out, so these urban myths would be vehicles to make points about whatever. So that was the strategy, not just going in with a straight political history of Guatemala, which would be too academic, and would turn people in the subculture off, so the idea was to go beneath that and take the low road, and tell stupid stories, paranoid conspiratorial kind of things, but actually, it wasn’t a pseudo-documentary, it was what I call a pseudo-pseudo-documentary just pretending to be a pseudo-documentary. Fake right
vEchange de mail avec Keith sanborn du 19 septembre 2012
viEchange de mail avec Ernie Larsen du 8 mars 2013 : « Cela a commencé par nécessité, en 2008 nous faisions un co commissariat pour le festival d’Oberhausen : Ceux qui traversent les frontières et les fauteurs de troubles, Un film important pour notre programmation était Critique de la séparation. Juste avant que nous quittions New York pour aller au festival on nous informa qu’Alice Becker-Ho, femme et exécutrice testamentaire de Guy Debord, avait décidé à la dernière minute d’interdire la projection , elle n’autorise pas que les films de Debord soit programmer à d’autres films que les siens. On décida immédiatement ne souhaitant pas sacrifier tout un programme à cause d’une décision arbitraire (et bien anti-politique) de produire notre version du film (ce qui serait conforme en tout cas avec les pratiques situanionnistes classiques). » It started it out of necessity: in 2008 for the Oberhausen Festival we were co-curating a series of programs, under the title « Border-Crossers and Trouble-Makers. » One film that was very important for one of the programs was « Critique of Separation. » Shortly before we left New York to attend the Festival we were informed that Alice Becker-Ho, Debord’s wife and executor, had at the last minute, refused to allow the screening; apparently because she wouldn’t allow Debord’s films to be screened on any programs with films other than his own….So, we decided very quickly, since we didn’t feel that we could sacrifice a whole program on this arbitrary (and frankly anti-political) decision, to make our own version of the film (which would be very much in line, in any case, with ‘classical’ situationist practices).
viihttp://delaservitudemoderne.org/francais1.html, pour un accès au film et à ses différentes versions, au texte du film.
viiiBUT NEITHER WOOD NOR FIRE FIND ANY PEACE OR SATISFACTION IN ANY WARMTH, GREAT OR SMALL, OR IN ANY RESEMBLANCE BETWEEN THEM, UNTIL THE MOMENT WHEN THE FIRE BECOMES ONE WITH THE WOOD AND IMPARTS ITS OWN NATURE TO IT. OR: HOW TWO FRAGMENTS MEET AND A FILM IS MADE PHD Heath Shutz 2013 http://smoothspaces.files.wordpress.com/2013/05/spectacle-thesis-may6-final.pdf
ix A Sociedade do Espetáculo – Guy Debord, 3 paragrafo , p9 Paráfrase em português do Brasil: Railton Sousa Guedes Coletivo Periferia www.geocities.com/projetoperiferia Editorações, tradução do prefácio e versão para eBook eBooksBrasil.com
xSur ce sujet voir Peter Gidal : Structural Film Anthology, dans le cinéma allemand des années 60-70 et dans le cinéma polonais des années 70 on retrouvaient ces même préocupations matérialistes em regard du dispositif cinématographique.
xiSituation du cinéma Undergroung independant, tract de l’Internationale Situationiste II, du 8 avril 1977.