Archives de catégorie : Sur yann beauvais

Caminhos de atravesamento -yann beauvais e o cinema experimental- (Pt)

por Ma do Carmo Nino* em yb150213 40 anos de cinemativismo, organizado por Edson Barrus, B3, Recife, Novembro 2014

Não contemplamos o mundo de fora, como se assistíssemos a um espetáculo na plateia. Os discursos e o Discurso cruzam-se na psique. Acontecemos e fazemos acontecer. Nosso fazer repercute e somos afetados pelo alheio fazer (…) Organizando, organizamo-nos, entretecidos que somos . Donaldo Schüler

A verdade na arte é a união da coisa com ela mesma, o exterior tornando-se a expressão do interior, a alma revestida de forma humana, o corpo e seus instintos unidos ao espírito. Oscar Wilde

É chegado o momento para Yann Beauvais de celebrar quarenta anos de uma trajetória que está enfaticamente desde o seu início, centralmente permeada pela pluralidade do cinema experimental. Considerado por alguns de seus estudiosos, praticantes e defensores, como o verdadeiro cinema, é aquele que guarda o espírito da aventura, da poeticidade e da inquietação estética que deveriam presidir as manifestações em arte. Esta nítida e constante afinidade eletiva do artista francês radicado no Brasil desde 2011, emerge pontualmente e com regularidade através de suas próprias incursões na prática artística com filmes e vídeos, na defesa deste meio de expressão através da sua difusão, assim como do comentário e da análise crítica dos trabalhos de outros artistas, em vários continentes e também pela curadoria e organização de exposições, palestras, eventos em prol da propagação desta opção estética e da sensibilização dirigida à ampliação de um público acostumado em sua maioria a um cinema de cunho mais comercial1. Ao receber o convite para refletir sobre este momento que podemos considerar, com justiça, importante no encaminhamento privilegiado por Yann, não pude me furtar ao fato de que refletir sobre este exercício em todas as suas facetas implicava necessariamente em considera-las não como atividades paralelas individualizadas, mas como uma tessitura complexa nos quais os elementos constituintes interagem entre si influenciando – se em novos elementos. Refletir sobre esta linguagem, sua historicidade, assim como das condições de difusão, recepção, e sobre alguns dos artistas que como ele próprio abraçaram esta forma de expressão, colocando-se como apreciador, leitor e analista de suas obras, revela inclusive bastante – e não poderia se dar de outra forma – sobre questões que se encontram presentes em seu próprio trabalho como cineasta. São estes, portanto, os seus caminhos de atravesamento, e o que constituirá o fio condutor que nos guiará neste passeio. Não seria demais evocar aqui que, como Kristeva nos lembra, a propósito do ato de ler, há desde sempre2 indiscutivelmente, uma postura ativa, uma atitude reativa em relação à leitura, por parte daquele que a efetiva que se traduz como fundamentalmente apropriadora. Mais do que isto, longe de considerar que o cinemativismo de Yann como artista, curador independente, crítico, homem de palavras e imagens, signos verbais e não verbais, repercutem entre si e se retroalimentam, associar este fato à nossa condição humana de estarmos todos inseridos em um tipo de rede, nos entreglosando e nos constituindo enquanto seres, formando e sendo formados por esta convivência e/ou contato. Afinal, como vislumbrado na epígrafe deste texto, o espaço entre o sujeito e o mundo (objeto) poderiam ser vistos a partir da espacialidade mœbiana3, onde apenas aparentemente haveria distinção entre limites entre nós e o mundo. O contato inicial que estabeleci com Yann, se deu através de uma série de palestras4 que ele apresentou em 2013 com o incentivo do Funcultura e o apoio da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), além de eventos e encontros que vem realizando no espaço B3 (do qual ele é co-fundador com o também artista Edson Barrus), sendo que a minha incursão pelas singularidades das diversas formas de abordagem praticadas no que denominamos de cinema experimental se estendeu um pouco em seguida, no processo de tradução de alguns de seus textos sobre artistas e sobre obras experimentais no cinema5, onde ele disserta inclusive sobre alguns importantes criadores que, no processo da minha formação em artes visuais, não se encontravam referenciados com frequência ou mesmo não haviam nem sido evocados. Não é então totalmente sem apreensão que eu me coloco no limiar de uma experiência que embora gratificante para mim, é desafiadora, uma vez que tanto a longa e prolífica produção ensaística como a sua produção fílmica constituem um estímulo a ser explorado e vivenciado gradativamente. Situando (-me) um pouco (n)a história do cinema experimental… A própria trajetória do cinema experimental aponta que um dos elementos que contribuem para sua rarefeita visibilidade e situação que o coloca à margem dos estudos de cinema e também da história da arte, que é a falta de precisão acerca do conceito que o define enquanto gênero. Se o caráter do que é experimentável aponta para a ideia de busca, de pesquisa, de laboratório, de processo, ou mesmo de inacabado, vinculando-se a sua etimologia latina (experimentalis), se alia também à ideia de experiência, ao qual parece associar-se com frequência6. Antes que o termo experimental se constituísse em maioria das atribuições, outras designações como , , , , , , também foram utilizadas para referir-se a este tipo de produção. Esta variabilidade pode em parte indicar um determinado estado de coisas, como por exemplo, a referência ao mercado (cinema independente, marginal, underground), ou mesmo a hibridização com outros meios de expressão como as artes plásticas, por exemplo, como no caso das instalações (expanded cinema ou cinema ampliado). Esta diversificação, porém também aponta para a falta de um contorno mais rigoroso em torno do qual se poderiam cercear as questões que o definem, sem que se dependa em demasia ao que o singulariza em negação ao cinema dominante. Tudo se passa como se o cinema experimental não fosse autônomo em suas peculiaridades, a ponto de que estas permitam que ele seja apreciado per se, ou seja: ele seria recorrentemente não-narrativo ou mesmo não-figurativo, de temporalidade não-linear, utilizando com maior frequência a poesia, a metáfora, a alusão, com finais abertos, anticomercial, antiacadêmico, elege conteúdos marginais ou minoritários, situa-se à parte do sistema industrial e de sua concepção de entretenimento, questiona o próprio lugar que ocupa enquanto objeto de arte, é anticonvencional enfim. Isto é inclusive reforçado pelo mainstream, que ao referir-se ao cinema experimental, pontua sua importância conferindo-lhe uma dimensão sobretudo utilitária ao legitima-lo como o – necessário – espírito de renovação da linguagem do cinema. Embora o aparecimento do digital e da internet tenha modificado um pouco o quadro, facilitando o acesso, tornando mais frequente o contato com os filmes, e barateando os custos de produção, ainda parece válido lembrar, como coloca André Parente7 que devemos atentar para o fato de que a ideia de uma certa “forma cinema” é sobretudo ideológica, devemos estar atentos para não naturaliza-la, como se não existisse outra realidade possível. Nos primórdios do experimental encontram-se os filmes feitos especificamente por artistas plásticos, ligados a vanguardas históricas, como os dos grupos futurista, construtivista e dadaísta. Trata-se exatamente da produção mais estudada e conhecida dentro ou fora da academia , onde se inclui também os que conseguem incentivos na criação e inserção em circuitos comerciais ou privados. Esta produção atinge um público mais amplo do que a apresentada regularmente apenas em museus, instituições, fundações, academias de arte, universidades, cineclubes, festivais, etc. Assim são as obras revolucionárias (teórica e prática) de cunho futurista e construtivista como as de Dziga Vertov, a dos irmãos Bragaglia, ou de tendência dadá-surrealista como as de René Clair, Luis Buñuel, Jean Cocteau, Joseph Cornell, Marcel Duchamp, Man Ray, Fernand Léger, Germaine Dulac, ou ainda outros como Laszlò Moholy-Nagy, Norman McLaren, Len Lye, Derek Jarman, Guy Debord, Peter Greenaway, Chris Marker, William Klein, Raymond Depardon, Philippe Garrel, Jean-Luc Godard, etc. No contexto da cena americana (underground) destacamos Paul Strand, Maya Deren, Stan Brakhage, Kenneth Anger, Michael Snow, Gregory Markopoulos, Hollis Frampton, Carolee Schneemann, Jonas Mekas, etc. No Brasil a tradição de um cinema experimental não remete a movimentos, mas sim a iniciativas individuais, pessoais e isoladas, ainda que algumas tenham sido marcantes como no caso do inaugural Limite (1930) de Mario Peixoto, em que o autor aplica uma serie de inovações da vanguarda francesa com as quais teve contato em sua estadia parisiense. Temos ainda o brasileiro Alberto Cavalcanti que com Rien que les Heures (1926) inaugura o que viria se tornar quase um gênero a parte em torno da celebração da sinfonia das cidades. Nota-se outros autores como Júlio Bressane, Rogerio Sganzela, Carlos Reichenbach, Arthur Omar (que foi o autor do primeiro filme estrutural de found footage por aqui (Vocês, em 1979), e abordagens eventuais de artistas plásticos como Antônio Dias e Antônio Manuel, Hélio Oiticica junto a Neville d Almeida com as experiências de quasi-cinema e seu redimensionamento do dispositivo a partir do espaço (Bloco de Experiências em Cosmococa – Programa in Progress, em 1973), ou ainda Caetano Veloso com seu Cinema Falado (1986), José Agripino de Paula, Jomard Muniz de Britto, Paulo Brusky e Daniel Santiago, etc. A luta que não pode parar… Abraçar este cinema seria então, declarar-se em empatia com o caráter utópico e sisífico tão associado aos poetas e aos sonhadores. Um projeto no qual acreditaram as vanguardas artísticas. Achar que é possível estabelecer as premissas de um mundo melhor, que seria viabilizado pela arte. Uma arte da resistência, desestabilizadora, radical, exigente, questionadora, ética. Em um de seus textos que tive a oportunidade de traduzir8, Yann fala da importância e do deslumbramento que constituiu para ele, quando já pensava em fazer filmes que se parecessem com música visual, a descoberta de Jonas Mekas, artista lituano radicado nos Estados Unidos. Ele escolhe iniciar sua apresentação sobre Mekas, colocando-se ele próprio como cineasta, crítico e ativista, aliando-se assim ao espírito empreendedor deste artista, um grande e apaixonado defensor do cinema experimental, que não negou esforços e nem tinha meias palavras para criticar o status quo, incitar à luta, apregoar o direito à diferença, estimular a produção, viabilizar a exibição e a preservação da memória deste cinema que sempre manteve uma luta desigual com os espaços de visibilidade destinados majoritariamente ao cinema dominante. Desde o início de sua incursão no experimental, Yann comprometeu-se com esta dimensão de defesa e ainda em seus anos na França, co-fundou a Light Cone, a única cooperativa de distribuições de filmes experimentais na França que dispõe de um catálogo de obras verdadeiramente representativo do conjunto das correntes neste campo desde o início do século até hoje. Exerceu também durante vários anos a função de professor sobre este cinema tanto na França (Studio Le Fresnoy, Sorbonne Nouvelle Paris 3) como também nos EUA (University of South Florida). Além de autor de inúmeros artigos dispersos em revistas, livros e catálogos, concebeu « Poussière d’image », uma coletânea de ensaios publicada em 1998, para Editions Paris Experimental, dentro da coleção Sine Qua Non. Entre 1994-96 acumulou as funções de curador e programador no American Center e também realizou como artista intervenções regulares em estruturas como o Centre Pompidou, o Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, na Galerie Nationale du Jeu de Paume, e muitos outros espaços fora da Europa. O reconhecimento da dimensão artística do cinema experimental como linguagem estaria ligado à exploração estética de suas das potencialidades técnicas específicas. O não-conformismo e a pluralidade de tendências deste cinema como um todo é incontestável, indo da problematização da materialidade próprio meio, sua efemeridade, as confrontações sobre a espacialidade da imagem em si mesma através da unidade fílmica básica que é o fotograma, ou sobre questões estruturais do próprio dispositivo cinematográfico, assim como apropriações estéticas, aspectos sociais ligados ao cotidiano, ao gênero, ao engajamento de cunho político, etc. A própria produção ensaística de Yann, uma reflexão ao mesmo tempo teórica, crítica e histórica, dá conta desta diversidade de abordagens e a partir da decisão de vir para o Brasil e da fundação do espaço B3 em Recife, os vários tipos de exposições promovidas acerca das diversas tendências que se apresentam ao longo de sua história, confirmam o interesse em promover este cinema inquieto de suas margens. Estas exposições e eventos marcam a cena recifense com o ineditismo de propostas a partir do acervo disponível e dos diversos contatos que os gestores do espaço entretém com os artistas em diversas partes do mundo. Mas enfim, o que busca o cinema experimental? A natureza multimídia do cinema experimental o coloca na interface com várias outras formas de criação, porém é preciso ter em mente que o próprio exercício experimental de um meio de expressão, por seu caráter eminentemente transgressor, questiona os limites das linguagens com as quais interage ludicamente. Haveria então uma maior exatidão no fato de se apontar para a questão do hibridismo entre as tendências praticadas nas artes visuais através de modalidades como pintura, escultura, fotografia, holografia, colagem, desenho, quadrinhos, vídeo, performance, instalação e o cinema convencional, sem esquecer a música, e a literatura através da prosa e da poesia, como constituindo potenciais polos de conexão imediatos a serem descobertos na prática do cinema experimental ao longo de sua história. Tudo se passa como se hoje houvesse um reconhecimento de que os fatores que regem nossa percepção são complexos, visto que nos referenciamos simultaneamente a partir dos cinco sentidos, embora tenhamos tendência a considera-los separadamente, contrariando o próprio funcionamento do nosso corpo. Esta situação somada à opacidade inerente a cada meio coloca em evidência a necessidade para o sujeito fruidor em geral, de criar um repertório que envolva o contato com estas variadas formas de criação sem hierarquiza-las e assim cada um poder formar individualmente seus próprios arquivos culturais dentro das possibilidades estéticas desenvolvidas com estes meios imbricados. Porém a hibridização tal como praticada neste tipo de cinema, pode tornar mais complexa a recepção da obra e este caráter transdisciplinar e intersemiótico gera uma completa mistura de linguagens, havendo ocasiões em que não é possível que se determine os limites de participação de cada elemento constitutivo, por exemplo. Este trânsito de códigos é de natureza diversificada, indo da mudança de mídia para a de gênero, ou simplesmente mudando o enfoque. Onde há por parte do artista uma busca de equivalências em diferentes sistemas de signos para constar entre os vários elementos relacionados ao mesmo filme: escolhas ligadas a temas, acontecimentos, objetivos, personagens, modos de abordagem, posicionamentos ideológicos, contextos, tipos de representação, etc. Apesar de vivemos atualmente um momento em que a produção contemporânea convive de modo relativamente pacífico com as porosidades oriundas de uma simultaneidade entre as várias formas de expressão – fato este que o desenvolvimento dos meios tecnológicos veio reforçar – isto incide sobre a amplitude do reconhecimento por parte do público, que deve ainda lidar com a constante reciclagem das informações que circulam nos meios de comunicação de massa. São fatores que interferem no regime de comunicação estética em maior escala destas obras, afinal todo tipo de experiência demanda o conhecimento do leitor, através de sua memória. Ao negar em sua grande maioria a incorporação do caráter narrativo herdado pelo cinema convencional da literatura romanesca, o experimental enfatiza a dimensão poética no sentido proposto por Roman Jakobson9 ao estabelecer os vários tipos de funções da mensagem. A obra de arte parte do indivíduo, mas adquire seu sentido pleno quando inserida no regime de comunicação social e para este pensador da linguagem, a mensagem estética faz ressaltar a singularidade do próprio signo usado pelo emissor (artista) e provoca uma surpresa no destinatário, devido o seu funcionamento poético e/ou excêntrico, que pressupõe uma organização que faz emergir um modo de construção em seus aspectos técnicos sensíveis, materiais e significantes, colocando ou não explicitamente em evidência a sua poïese10, o seu processo de construção. Não se pode considerar o(s) sentido(s) ou mesmo sua produção como prioritariamente compreensíveis ou previsíveis, eles não são pré-codificados, ao contrário, elegem na maioria das vezes uma criação que enfatiza tanto o significado quanto o vocabulário e os códigos estabelecidos, renovando-os. A esta instância, podem ser associar outros pendores da linguagem como a natureza emotiva que coloca em evidência o emissor/autor, como por exemplo na longa tradição no exercício do experimental das autobiografias através do diário filmado. Neste contexto não há como deixar de pensar em Jonas Mekas, que tornou esta forma de exercício autoral a sua marca pessoal e vai inclusive constituir uma referência importante para os filmes de Yann que versam sobre esta questão, como ele próprio afirma11. Existe também a possibilidade do que Jakobson chama de mensagem fática, cujo destaque vai para o canal (meio físico, como o queria McLuhan) onde a experimentação volta-se para um caráter mais formal ou técnico, o que não significa que não possa transcende-la, atribuir-lhe um destino, servindo a um conceito ou ideia. A materialidade do filme e o espaço em que ele existe, tendo o fotograma como elemento a ser explorado é o apanágio de cineastas com tendências estruturalistas ou de filmes independentes que se vê em galerias. O remanejamento formal pode se dar inclusive dentro da premissa de aceitação do erro, assumindo riscos, reivindicando sua própria efemeridade e/ou precariedade, e não deixa de envolver a tendência a uma certa habilidade artesanal em lidar com a matéria fílmica, que pode chegar mesmo a decompor-se no processo12. Mais do que considera-lo como gênero e portanto associa-lo a uma historicidade, ou cronologia definida, o cinema experimental representa uma atitude estética de rebeldia e provocação por parte dos artistas aos modelos convencionalmente estabelecidos, institucionalizados, formadores da tradição, comerciais, aqueles que são usados como paradigma da forma cinema pragmaticamente aceita pelo senso comum, em detrimento a formas mais desafiadoras do habitus13, no sentido preconizado por Pierre Bourdieu. A arte não só depende da ação dos fatores do meio, mas ao agir de maneira pragmática sobre os indivíduos ela apregoa sua vocação eminentemente social exigindo para ser entendida primordialmente a partir da relação do artista com o mundo e com outros homens. O ser humano pode encontrar brechas nas normatizações, naquilo que está estabelecido e desenvolver um pensamento responsável pelo desvio de normas, sendo que a criação artística e principalmente a experimental, é principalmente percebida como o resultado de um trabalho que abarca o raciocínio responsável pela produção de ideias novas, transformadoras e renovadoras. Observe-se ainda que o fato de que isto também possa ser atribuído a outras formas de linguagem que envolvam algum tipo de criação como o teatro, a literatura, a música, a dança, as artes visuais, a arquitetura, moda, design, etc, corrobora para o reconhecimento da necessidade de um contra-poder, por parte destes atores sociais, visando a reivindicação à visibilidade a que eles tem por direito, expressando suas indignações e depositando esperanças na legitimação de valores e interesses que lhes são próprios. Organizar-se em grupos, reunir pessoas que compartilham interesses em comum, viabiliza as múltiplas interferências, as conexões, a interatividade, a disseminação de informações. Este estado de coisas dá margem sobretudo para a emergência e consolidação de um posicionamento político de confronto às relações de poder constitutivas das instituições da sociedade como um todo e também do Estado14. O mediador na produção de sentido: curadoria/crítica /criação Críticos de arte, curadores e os próprios artistas são auxiliares na divulgação da produção de sentido da obra de arte. Curadoria em princípio é uma atividade pedagógica, ela pode atuar como ampliadora da potência de sentido investidas nas obras pelos seus autores. Desenvolveu-se na medida em que se aprendeu a explorar e a utilizar a percepção estética: orienta e educa artistas e público, explica a natureza do fazer artístico, estabelece as regras da boa arte, escolhe critérios de apreciação, torna aspectos subjetivos em aspectos coletivos e partilhados e, portanto mais objetivos que reflitam o pensamento da época, ajuda o desenvolvimento da sensibilidade e preserva para o futuro os valores estéticos. Seleciona os artistas e as obras. Legitima. Ao proferir discurso sobre a obra lhe atribui um sentido e um valor cultural. Ao definir a ideia ou ponto de vista que vai presidir a exposição, selecionar os artistas e os trabalhos, organiza-los espacialmente e, em fazendo este ato, colocar-se criticamente sobre as escolhas efetivadas, o curador assina e assume a atitude autoral de uma visão pessoal, confere visibilidade ao pensamento teórico que serve de base à mostra, proporcionando uma legibilidade potencialmente intrínseca às peças que a constitui. Como a produção de sentido chega até o público, eis o cerne da questão. Isto não significa que esta leitura deva ser unívoca em seus significados, como seria o caso de uma dimensão por demais esclarecedora, seria menos aportar explicações e mais tratar de ampliar na mente do público o próprio mistério da obra. Se a arte sempre esteve associada à utopia e embora estes sejam dois conceitos imbricados, diferenciam-se no fato de que a utopia almeja um lugar, enquanto a arte é sempre um outro lugar, nunca estando onde pensamos encontra-la, e, como dizia Jean Dubuffet, que ela (a obra de arte) permaneça, inclusive para seu autor, sempre uma questão e não uma resposta15. Em seu papel de mediador, ativo partícipe de associações cineclubistas, Yann Beauvais organizou manifestações sobre artistas e escreveu uma prolífica fortuna crítica sobre a produção experimental que se desenvolve há décadas em várias partes do mundo, reconhecendo sobretudo que o cinema experimental não cai na armadilha de hierarquizar suas tendências16. Em dias atuais haveria um reconhecimento de que os fatores que regem nossa percepção são complexos, uma vez que nos referenciamos simultaneamente a partir dos cinco sentidos, embora incorporemos uma certa tendência a considera-los separadamente, contrariando o próprio funcionamento do nosso corpo. O caráter multitudinário e eclético de práticas abraçadas pelos artistas do experimental, como não poderia deixar de ser, entra completamente em consonância com o momento atual, onde o que se verifica é, nas palavras de Umberto Eco17, referindo–se ao gosto, um sincretismo total, uma politeísmo irrefreável, ao qual devemos nos submeter, devedores que somos da crise de modelo gerado pelo mass media. Lidar com o presente, com o que está acontecendo, significa estar muito atualizado com a diversificada e dinâmica cena, onde a contemporaneidade18 se desdobra então vertiginosamente, como se fosse formada por caminhos labirínticos projetados como corredores de espelhos, e repercute na sociedade inteira, em escala global. Ela nos reconduz assim em direção ao conhecimento do nosso ser paradoxal, e a revelação das formas, nos aproxima da revelação da consciência, constituindo-se como a substância do nosso ser individual, do ser coletivo e da relação entre um e outro. Autor de uma produção fílmica considerada eclética, Yann Beauvais imprime uma dialética de natureza identitária entre o mesmo e o outro, incluindo neste processo questões que lhe são essenciais19. O acompanhamento e análise de processos criativos permite que se fale de um autor (ou de uma autoria) e assim constituir-se na relação com outros. O exercício da crítica é metalinguístico, constitutivo de si mesmo, constrói sua linguagem da própria linguagem, e neste processo alguns autores podem assumir uma visão mais distanciada, panorâmica sobre o objeto a que se referem, outros o analisam de modo mais íntimo, a partir de um embate mais visceral e o reconstroem. Não posso deixar de referendar aqui que quando leio os textos de Yann, percebo primordialmente no trabalho de sua escrita a alma e a percepção fundamentalmente do artista, isto é, suas palavras estão sempre em fusão com o trabalho plástico ao qual a reflexão escrita se refere, ela não se distancia do mesmo em nenhum momento, e a impressão que eles me dão é a de uma relação muito íntima com o universo do qual tratam, uma visão por dentro, tributária de quem conhece a fundo o processo de fazer filmes. São didáticos em certos aspectos, por certo, na medida necessária para contextualizar a proposta dentro de uma tendência mais abrangente, mas principalmente dando conta de uma vivência em seu caráter mais fenomenológico, muito pessoal, como se o objetivo principal não estivesse no fruto da experiência (a obra) e sim na própria experiência, no ato em si. Suas análises geram uma fortuna crítica sobre o experimental que traz por objetivo o desejo de criar uma possibilidade para que a reflexão sobre a obra tome parte deste processo de gerar um pensamento sobre o artista, sobre sua trajetória, sobre a atualidade das questões colocadas pelo trabalho do autor. Publicados seja através de livros, catálogos ou revistas, eles transformam a exposição em um discurso, perenizam a obra referenciada para além do seu caráter efêmero de acontecimento e transformam a reflexão neles contida em instrumento científico de pesquisa, ampliando o contato do público com este universo marginalizado. Não é surpreendente que ao longo da minha apreensão do seu caminhar, pude perceber o compromisso e o engajamento com o fazer – em todos os sentidos – que estiveram sempre associados em sua relação com o audiovisual através do cinema experimental. Tudo se passa como se ele nunca deixasse de evidenciar que o foco de sua trajetória se revela na consciência de abarcar os meandros desta produção em vias de realizar algo, fazer no sentido operatório de criar, sim, mas também no sentido de instaurar a diferença, ser relevante social e esteticamente, criando, trazendo à tona questões socialmente importantes, atuando na difusão dos aportes trazidos pelas obras de artistas no qual acredita, trazendo sua verdade para sua arte e sua vida.

* * Doutora em Artes Plásticas e Ciências da Arte pela Université de Paris 1 – Panthéon Sorbonne, professora de Artes Visuais (Estética e Historia da Arte) e da pós-graduação em Letras e Linguística (intersemiose) da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, curadora e artista plástica.

 

NOTAS

1 Apesar da emergência da tecnologia digital e da internet, terem, sem dúvida facilitado tanto a produção de filmes experimentais quanto a sua divulgação, os índices de aceitação acadêmica, institucional, de mercado, e principalmente por parte de um público não especializado, ainda é rarefeito em seus espaços de visibilidade, e fruição, quando comparado ao cinema hegemônico, como será abordado mais adiante.

2 Desde a Antiguidade, nos diz a autora, o verbo < ler > também compreendia as noções de recolher, colher, espiar, reconhecer os traços, tomar, roubar, (p.120), in Kristeva, J., Sèméiotiké: Recherches pour une sémanalyse, Paris, Seuil, (1969) 1978, coll. points.

3 O anel de mœbius é uma figura topológica por excelência, que inicialmente se apresenta com a aparência de constituir um espaço limítrofe entre dois lados distintos; isto porém revela-se como sendo ilusório, pois a atenta observância desta aparente descontinuidade faz emergir a constatação de uma situação oposta, como se fosse um presente contínuo, paralela a si mesma.

4 Foi um ciclo de 12 encontros entre abril e novembro, que versaram sobre diversos artistas como Peter Kubelka, Cécile Fontaine, Lisl Ponger, Su Friedrich, Mark Morrisroe, Guy Debord, Daniel Eisenberg, Trinh-minh-ha, Fiona Tan, Chen Chie-jen, José Agripino de Paula, isoladamente, agrupados e/ou referenciados em torno de temas/assuntos como filmes de viagem, autobiografias, noções do íntimo e do privado, sociedade do espetáculo, fotografia polaroïd, memória coletiva e individual, questões do corpo, New Queer, AIDS, pós-colonialismo, as materialidades e a dimensão gráfica no cinema. Através da aliança entre o B3 e a instituição, trouxe pela primeira vez ao Brasil o artista Malcom Le Grice para uma palestra, além de promover uma exposição de alguns dos filmes do conhecido cineasta britânico.

5 Foram ao todo uma coletânea de doze textos sobre Jonas Mekas, Andy Warhol, Edson Barrus, Malcom Le Grice, Su Friedrich, Jürgen Rebel, Paul Sharits, além de textos que versam sobre a relação com a música, certas tendências do cinema experimental, questões da espacialização da imagem, found footage, e o diário filmado, traduzidos do idioma francês e que devem ser objeto de publicação pela Editora Universitária da UFPE sob o título Cinema experimental sob o olhar de Yann Beauvais, em breve.

6 O crítico, historiador e documentalista Jean Mitry entende como experimental o que é associado aos grandes movimentos artísticos do cinema experimental europeu mudo. Hoje existe mais ou menos um consenso em torno do qual o experimental se opõe ao cinema majoritário. Cinema underground é uma denominação que ficou associada ao cinema da escola de Nova York dos anos 60. No Brasil da década de 70, o movimento contracultural recifense “udigrudi” retoma e transforma ironicamente a expressão inglesa e a situa em um outro espaço político, social e estético, envolvendo principalmente a música, mas também atingindo teatro, artes plásticas, produção textual, cinema, artesanato, etc.

7 André Parente, A forma cinema: variações e rupturas, In: Maciel, Kátia (Org.). Transcinemas. Rio de Janeiro, Contra Capa, 2009 (p.23-47) Não devemos, portanto, permitir que a ‘forma cinema’ se imponha como um dado natural, numa realidade incontornável. A própria ‘forma cinema’, aliás, é uma idealização. Deve-se dizer que nem sempre há sala; que a sala nem sempre é escura; que o projetor nem sempre está escondido; que o filme nem sempre se projeta (…); e que este nem sempre conta uma história (p. 25).

8 Présentation de Jonas Mekas, na ocasião de uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

9 Roman Jakobson, apud Samira Chalub, A Metalinguagem, SP, Ática, 2005, col. Princípios. (p.16-17)

10 René Passeron, Pour une philosophie de la création, Paris, Klincksieck, 1989. Este autor retomou a ideia de Paul Valéry sobre o estudo da gênese do poema, e o ampliou para todas as artes considerando-o como o conjunto de estudos que levam à instauração da obra, a ação dinâmica entre artista/obra durante a realização da mesma, opondo-a à compreensão no campo da Estética, que preocupa-se com os efeitos de recepção da obra terminada. No Brasil, Cecilia Almeida Salles aborda a ideia de construção da obra de arte a partir dos materiais ou índices de várias naturezas que a viabilizam: “É a ação, mediada pelo pensamento e pelas sensações, que faz a obra se desenvolver” (p.116). Ver Crítica Genética: fundamento dos estudos genéticos sobre o processo de criação artística, SP, EDUC, 2008

11 op.cit. nota 8

12 A este respeito ver um dos textos de Yann sobre o artista Jürgen Reble intitulado O suporte instável (tradução nossa)

13 Pierre Bourdieu, A Dominação Masculina, Rio de Janeiro, Editora Bertrand Brasil, 2003, (p 64).

14 O termo contra-poder é utilizado pelo sociólogo Manuel Castells, que analisa este fato à luz da emergência das redes sociais, in Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet, Rio de Janeiro: Zahar, 2013 (p.10)

15 Le Thorel-Daviot, Pascale, Petit Diccionnaires des Artistes Contemporains, Paris, Larousse, (1996) 2000. (p. 84)

16 Yann Beauvais, apud Jean-Michel Bouhours, in Nœuds d’images, in Le cinema décadrée, Paris, Centre Pompidou, 1999

17 Umberto Eco, A História da Beleza, tr. Eliana Aguiar, Rio de Janeiro, Record, 2004 (p.428)

18 Maria do Carmo Nino, Considerações Estéticas sobre o Modernismo e Após, (comunicação oral, não publicada), 2009

19 Dominique Noguez, Éloge du Cinéma Expérimental, Paris, Paris Expérimental, 1999. (p.214)

yb 150213 (Pt)

Jean-Michel Bouhours in:  yb 150213 40 anos de cinemativismo, edited by Edson Barrus, B³, Recife, 2014 em Português, in English.

 Alors que le présent nous enjoint de rechercher toujours plus grand – de grands espaces, de grands musées pour des œuvres monumentales, l’esprit de contradiction m’enjoint de trouver satisfaction dans le petit. Small is beautifull, pour reprendre une formule célèbre. La contrainte spatiale produit une forme d’ascèse qui me convient. Finalement, le monumental induit la facilité de ne pas choisir, de ne pas hiérarchiser. On parle de catalogue raisonné mais est-ce bien raisonnable de vouloir être exhaustif ?. Alors Vive le small, le tiny, le piccolito, le pequenito. La boite en valise duchampienne aura été, comme beaucoup de gestes chez Duchamp, une proposition visionnaire et programmatique .

 Des choix s’imposent à la valise, où il fut réduire jusqu’au strict minimum du voyageur. Ce principe de réduction chimique d’une sauce jusqu’au fond voire jusqu’à « une réduction à glace », est aussi à la base de l’art culinaire, pour faire monter les saveurs.

 Montrer 40 années de l’activité de yann beauvais qui n’a pas ménagé sa peine tant dans sa propre création qu’en direction de celles et ceux qu’il a soutenu comme programmateur, curateur, critique et historien dans 80 mètres carrés de surfaces d’exposition, demande évidemment des choix drastiques. Toute l’œuvre de yann beauvais n’est évidemment pas présentée ici. Loin s’en faut. yann beauvais de A à Z reste à faire ; nous nous contenterons de y à b, pénultièmes bornes de l’alphabet romain pris à rebours.

 Alors que mon choix s’est porté sur trois films seulement, choisis dans une filmographie qui en compte plusieurs dizaines , ceux-ci me paraissaient pouvoir synthétiser trois constantes de son œuvre : le langage formel mis en œuvre à partir de R (1976), l’activisme qu’il a manifesté auprès de mouvements border line de la société, le cinéma expérimental et la cause des communautés gay et lesbiennes, enfin son rapport au Monde au travers non pas de sa mise en représentation – ce que Debord a pointé comme société du spectacle, mais de son détournement ; le fracas ou la ruine des media dans leur fonction d’aveuglement ou de fascination .

 Commencer par un R. Je n’ai jamais demandé à yann ce que signifiait cette consonne abréviative. Un R, l’ air de quoi au juste? d’une musique du silence de la salle de projection. Les rythmes de l’image produiront à eux seuls une musique intérieure qui sera vraisemblablement dans l’intimité de chaque spectateur. Un aria de Jean-Sébastien Bach dans lequel le violon semble vous déstabiliser dans votre propre corps. Je cherche sur le site de Light Cone la fiche du film et trouve ce texte dont avec surprise, je découvre être l’auteur. « L’image de R est en noir et blanc, cliché d’un jardin dont on pressent un passé oublié mais glorieux, aujourd’hui livré à la seule présence des herbes folles. L’image vibre, décrivant un espace géographique, dont la séquence finale du film livrera une version tronquée mais continue. Ce faisant, le film répond à une construction rythmique visuelle, élaborée sur la base d’une partition qui détermine la présence ou l’absence de l’image (noir), l’ordre de leur succession et leur rythme. yann beauvais a élaboré sa propre écriture visuelle en interprétant une invention à deux voix de Bach. Il se sert de l’échantillonnage d’images comme gamme ; autrement dit, le panoramique visuel devient un clavier composé de touches (clichés) que la partition musicale va commander. L’écart entre les notes dans la partition de Bach (en solfège il s’agit du nombre de degrés entre les notes qui déterminent des intervalles) définit l’écart entre les images: par exemple, une tierce (intervalle musical de 3 degrés) correspondra à une succession d’images décalées d’un angle visuel de 15 degrés, ainsi que le rythme. A partir de ce tronc central inspiré de l’invention, yann beauvais a conçu en amont et en aval des variations libres, telles que l’autorisait la musique baroque dont il s’inspire. R compose grâce à une image syncopée et rythmée un espace décomposé et surréel, faisant surgir une «mémoire», un affect des lieux qu’aucun panoramique fluide et bien «léché» n’eût permis. La vibration, le scintillement exagéré donne à cette image un aspect hypnagogique que renforce un cône blanc de lumière sur le bord latéral de l’image dû à un défaut d’étanchéité fréquent sur les caméras Bolex, et qui avec bonheur fait fonction de rappel de la nature lumineuse de l’image cinématographique et des propriétés spécifiques de diffraction de la lumière.»

 Deke Dusinberre précisait que le lieu, très important dans ce film car il est entouré d’un grand mystère, était celui d’une maison du XVIIIe siècle, devant laquelle avait été exécuté au Grand siècle des œuvres de Bach. Le passé semble partout : dans ce noir et blanc un peu délavé, dans les herbes folles, dans cette maison dont on pressent l’histoire plus prestigieuse que le présent qui semble ne plus se réaliser². Le film est fondé sur la métonymie de la coupure qui est de deux ordres. La coupure lumineuse provoquée par des images noires dans le cours de la séquence, puis la coupure du cône blanc qui entame le rectangle de l’image cinématographique, et destructure son intégrité. La coupure est une affaire de cinéma ; elle est nécessaire pour que l’image reproduise un mouvement de manière parfaitement illusionniste. Elle est liée à toute l’histoire du cinéma, de son invention technique avec la croix de malte qui allait permettre de couper le flux de l’avancement continu de la bande filmique à l’invention du montage qui allait permettre avec une certaine plasticité d’inventé une succession discontinue d’espace-temps cinématographiques. Le cinéma est l’art de la coupe, excellemment. Buñuel et Dali inauguraient leur Œuvre cinématographique par un gros plan d’œil sectionné au scalpel par Buñuel lui-même dans Un chien andalou (1929). Leur cinéma devait crever l’ordre rétinien. Or malgré le déferlement des images dites fortes, violentes, celle-ci garde toute sa capacité d’effroi. L’œil (l’organe voyant) peut supporter tous les massacres possibles, toutes les atrocités que l’être humain est capable de concevoir, moins peut-être le spectacle de son propre massacre1. Car, nous dit Georges Bataille, la relation à l’œil se situe d’emblée entre séduction et horreur, à la source de « réactions aigues et contradictoires »2. La coupe est constitutive de la construction de l’image selon le modèle perspectiviste dans lequel le tableau est « réalisé » dans le plan qui coupe la pyramide du rayon lumineux qui a pour sommet le centre de l’œil.

 Cette pyramide visuelle devint cône de lumière avec Anthony McCall Line Describing A Cone (1973), qui, présenté au dernier Festival EXPRMNTL à Knokke Le Zoute en 1975, fut un choc pour toute une génération de cinéastes dont je faisais moi-même partie ainsi que Yann . La démarche de McCall s’inscrivait dans un extraordinaire mouvement de l’expanded cinema en Angleterre au milieu des années 70, où étaient explorés les dispositifs d’écrans multiples, de projections élargies, de spectacles d’ombres. Le cône deviendra un symbole de ralliement pour les cinéastes qui se rangeront sous la bannière de Light Cone, la structure de diffusion que Yann mit en place à partir de 1982 avec Miles Mc Kane à Paris et qui connut un destin remarquable puisque 30 ans plus tard celle-ci perdure s’amplifie tout en s’adaptant aux contextes économiques et technologiques d’évolution des media d’images en mouvement. Ce cône, accident de l’histoire d’un boitier de caméra ayant un défaut d’étanchéité fait signe dans R. Il est la coupe du ciseau en pleine vue, alors que cette coupe intervient ordinairement entre deux images pour que l’image projetée à l’écran n’en puisse prendre conscience. Cette coupe des ciseaux pour les cartes postales de Sans titre 84, où l’arc de triomphe est découpé et reconstitué en tranches comme un scanner vont amener yb à la métaphore de la fente d’images différentiées et disposées à la manière des volets d’un éventail dans New York Long distance (1994) puis dans Des rives (1998). En double ou triple projection , RR (1976-85), la fente est verticale, le long de laquelle symétriquement chaque image semble s’enrouler ou se déplier à la manière d’un tableau transparents de Carmontelle sur ses enroulements latéraux. Car l’espace « décadré » de R -j’emploi volontairement ce mot à tors sans doute mais il est celui de yann à propos de son œuvre : le cinéma décadré- qui est un espace de l’interstice et du flux discontinu de la matière lumineuse, semble miraculeusement avoir disparu au profit d’une recomposition fictive qui s’apparente parfaitement à l’esthétique des panoramiques. yann reviendra sur les lignes d’images à chacune de ses installations. Que sont ces lignes d’images : un fil, un trait ténu quasi invisible à l’œil nu, mais que la dynamique contradictoire ou dialectique des images rend tangible. C’est ni plus ni moins une frontière où se matérialisent les conflits d’images. Celles-ci ont une capacité forte de simulation spatiale se transformant en arêtes de prismes, donnant tantôt la sensation d’une fuite des images selon un axe soit au contraire d’une progression de l’image en avant du plan de l’écran. Dans le cas de RR ou de Quatr’un (1993) le fait qu’yb utilise la même source image , inversée et donc proposée comme son reflet inversé (effet du miroir) neutralise le choc de la ligne-frontière d’images au profit d’une harmonie des deux voies où l’on retrouve bien évidemment la musique de Bach3. Dans le cas de Quatr’un, la figure de la croix est dominante partageant le cadre de l’espace de projection en quatre rectangles. L’horizontale privilégie la ligne d’horizon et donc la simulation d’une continuité, tandis que la verticale demeure plus abstraite comme la ligne de tension des rythmes des images. L’installation fit l’objet d’une collaboration musicale de Thomas Köner. L’R (2000) que le compositeur conçut est un drone musical doublé d’une sorte de murmure impossible à identifier : ce pourrait être celui de rotatives d’imprimerie dont le cliquetis des rouleaux auraient été assourdis quand on pense avoir repéré une dimension mécanique du son ou le bruit lointain d’une cascade quand celui-ci nous semble d’une fluidité absolue.

 L’apparition du sida dans les années 80 et l’hécatombe qu’il a provoqué dans les milieux gay, a donné de la voix à yb. Celui-ci s’engage avec les mots, avec sa voix. Tu, sempre (2001) radicalise ce recours au langage dénominatif, en utilisant des mots de combats qui envahissent l’espace d’exposition de phrases diffractées sur tous les murs de la salle où la pièce est présentée. La création sonore de Thomas Köner débute par une sorte de bruit de foule qui pourrait être la rumeur d’un stade ou la rumor inferno de Dante :

« Là, pour autant que l’on pouvait entendre,

Il n’était pas de cris, mais rien que des soupirs,

Lesquels faisaient frémir l’air éternel.

Cela faisait du chagrin sans tourment

Qu’éprouvait une foule nombreuse

D’hommes, d’enfants, de femmes de tout âge »

Dante La Divine comédie, L’enfer

 De ce son émergera vers le tiers du film, la voix de yb.

 Luchando réalisé en 2010-11 est un film d’une rare complexité. Il se situe dans une lignée de films commencés avec Spetsai (1989) où le cinéaste cherche un rapport dialectique, l’équivalent du contrepoint en musique, entre des images de voyage dans des moments d’émotion intenses devant le sublime de la nature, ou d’un paysage urbain voire d’une situation et un pendant discursif. Cette dialectique convoquent les deux zones du cerveau : le cerveau vestigial sollicité par le sens de la vue sur un registre de sublimation et le cortex, cerveau cognitif qui mène une réflexion grave, pour ne pas dire dramatique et donc désublimante. Dans le cas de Spetsai, le texte de Guy Debord Commentaire sur la société du spectacle fait fonction de prévarication d’images idylliques tournées sur une ile de la mer Egée. Le bonheur n’est qu’apparent ; le danger écologique représenté par l’industrie nucléaire est certes invisible, donc absent de l’image ; pour autant il est une menace permanente que les intertitres rappellent à la manière de « warnings ». Le texte entrecoupe le flux des images ; sa lecture interrompt à intervalles réguliers le mode visuel : la lecture est une coupe au sein d’un mode de jouissance visuelle.

 Luchando fut lui aussi réalisé à la faveur d’un voyage, à Cuba en 2009. Il est parfois difficile de déceler la part des images personnelles au milieu des images d’archives. Mais en aucun cas, il ne s’agit ici d’un film de voyage. Peut-être en est-il l’antithèse dès lors qu’il pose très lucidement la question des motivations réelles du voyage ? Qu’y a-t-il derrière cette initiative, se demande l’artiste ? est-ce la motivations de sentiments relevant d’un romantisme révolutionnaire de la part d’un ressortissant occidental dont la génération a été pétrie de théories révolutionnaires et marxistes, et qui a rêvé de changer le Monde à la lumière des mouvements de libération tiers-mondistes, guevaristes ou castriste. Un romantisme qui s’émoussa avec la question des droits de l’homme et du sort des prisonniers politiques et que le capitalisme – Lénine avait déclaré : les capitalistes sont capables de nous vendre les cordes pour qu’on les pende- recycla en « produits dérivés ». Etait-ce cette curiosité ? ou était-il lui aussi, yb, un touriste sexuel ? Autant de questions posées sans ménagements ni tabous. La question de la condition des homosexuels à Cuba est le sujet du film, sans que l’on puisse dire qu’elle soit au centre. L’histoire politique, le passé, le glamour de la musique cubaine, tout semble s’enchainer sans discernement  ; la question de la persécution des homosexuels est télescopée par une interview de Fidel Castro, comme s’il était vain de se centrer sur le sujet, parce que, reconnait le cinéaste, la réalité est autrement plus complexe que ce que le touriste potentiel, même informé, peut penser savoir. En toute lucidité, l’auteur prévient que ce voyage participe d’une « expérience de double bind généralisé ». Le fantasme de l’idéal révolutionnaire télescope le fantasme sexuel. Pour autant yb démontre que la situation est plus complexe. Le fantasme révolutionnaire n’est plus électrisé par Fidel qui dans un entretien, tente de démontrer que l’épanouissement personnel de chaque individu est possible dans le contexte de la Révolution. Mais Fidel vieux et entaché de l’exercice du pouvoir sans partage n’a plus cette séduction du héros qui s’opposait à l’impérialisme yankee au tournant des années soixante. Les images d’archives de la période de la baie des cochons et de la crise des fusées viennent nous rappeler cette période bénie où il existait encore une « bonne lutte de classes » entre bonne et mauvaise cause, une lutte entre le faible et le fort. Dans ce contexte, la magie de sa rhétorique savait faire mouche .

 La coupe est toujours à l’œuvre avec des images en flashs surimpressionnées à d’autres images : le flux discontinu est un phénomène d’électrisation de la « séquence souche ». Car dans ce film la figure de style dominante est la surimpression. Celle-ci a été utilisée très souvent au cinéma pour figurer des séquences de rêves chez Luis Buñuel, Germaine Dulac, René Clair ou encore Jean Epstein.. Dans Luchando, la surimpression est là pour rappeler l’impossible univocité de la réalité. Elle figure un dérèglement contemporain des repères de la pensée aggravé ou symbolisé par le dérèglement des sens. Les flots d’images démontrent des pensées parfaitement contradictoires. Le commentaire off d’un film de propagande est mis en pièces par un témoignage contemporain sur un état policier contrôlant chaque citoyen, incluant les touristes qui ne verront du pays que ce que les autorités voudront bien montrer. La surimpression sonore et visuelle a plusieurs fonctions. Tout elle est la métonymie d’un réel manipulé : les manifestations en faveur de Castro où les persécutés doivent applaudir leurs persécuteurs, le tourisme à qui l’on présente une vitrine du pays ou encore le paysage de ruines de La Havane, décrit par un cubain comme un décor destiné à rappeler l’état de guerre du pays contre l’envahisseur impérialiste. La surimpression est aussi le paradigme d’un brouillage par saturation de discours parfaitement contradictoires.. Les couches d’images sous-tendent que la surface de l’image serait à elle seule une apparence trompeuse, une impossible simplicité de lecture. Le principe sédimentaire de l’image ruine l’ambition d’une unicité du réel et donne une représentation du double bind à partir duquel est conçu ce film témoignage.

 Couvre feu (2006). L’historien du cinéma yb a largement contribué à la reconnaisssance du cinéma dit de found footage. Ce genre institué en tant que tel prend son essor après la seconde guerre mondiale, avec des personnalités telles que Bruce Conner, Raphael Montañez Ortiz aux Etats-Unis ou encore Maurice Lemaître et Guy Debord en France. Ce cinéma de montages de plans ou séquences empruntés et recyclés, connut un regain d’intérêt à la fin des années 80 avec Martin Arnold, Christian Marclay, Craig Baldwin, Keith Sanborn ou encore Bill Morrisson. En 2001, avec yann beauvais, nous avions organisé au Centre Pompidou une manifestation avec une publication, intitulée Monter sampler, l’échantillonnage généralisé qui replaçait dans une perspective historique les problématiques très contemporaines de l’échantillon, du recyclage des images et des sons et des questions que ces pratiques posaient dans le champ esthétique, éthique et juridique (droits d’auteur versus copyleft) . Couvre feu qu’il réalise quelques années plus tard, relève de ce champ du found footage, puisque toutes les images sont empruntées aux medias commerciaux : télévision et vraisemblablement des sons de la radio. Les évènements sont ceux qui éclatent dans une des banlieues les plus défavorisées de Paris, Clichy-sous-Bois à l’automne 2006. La mort d’un adolescent de ces quartiers poursuivi par les forces de police, embrase l’ensemble des quartiers péri urbains dits difficiles. Le modèle d’intégration de la société française hérité des principes de la Révolution française, montre au travers de ces évènements ses failles pour ne pas dire sa faillite, que ni les pouvoirs en place ni la société dans son ensemble (intelligentsia confondue) n’ont voulu voir. Ces évènements ne sont pas les premiers, mais en revanche ils prennent une ampleur inégalée dans les faits et dans leur résonnance médiatique. La France apparait aux yeux du monde comme un pays au bord de l’explosion sociale ; elle fut décrite comme telle dans les media américains.

 yb n’a pas fait pas un film de plus sur ces évènements. Il a récolté au sein des media ce qu’il vu et entendu, analyse et reconditionne ces éléments. Le langage du found footage conduit par nature à une forme spécifique de montage, où les principes d’unité (spatiale, temporelle voire du contenu) sont ruinés. L’auteur de film de found footage engage d’une certaine manière le spectateur à se laisser totalement abuser par la manipulation que permet le montage. Cette manipulation qui consiste à créer du continu, du sens, de la logique à des enchainements d’éléments hétérogènes, et que les surréalistes ont expérimenté avec le « cadavre exquis » dès les années 30, a été repéré comme celui du fonctionnement de l’inconscient. Or cette analyse n’est plus opérante aujourd’hui quand nous sommes tout à fait capable de regarder le Clock (2013) de Christian Marclay, comme n’importe quel autre film de fiction. Ce qui était la représentation d’une zone cachée de l’être humain avec les surréalistes, s’est transmuté en une œuvre de spectacle. C’est que la coupe, qui n’est plus au service d’un fil narratif, est elle-même fiction. Les césures entre les plans emprunte à la tradition du « montage des attractions » définis par S.M Eisenstein où le cinéma recherche plutôt le heurt des diverses séquences montées bout à bout que leur fluidité et la continuité narrative.4 Alors que le reportage télévisuel du même évènement aurait « organisé » les paroles contradictoires des protagonistes par un commentaire qui est au pire un commentaire directif sur ce qu’il faut penser, au mieux une zone neutre ou zone médiatrice de positions contradictoires, yb met bout à bout les discours, sans « plans de coupes », les laissent s’affronter au « corps à corps », que ceux-ci proviennent de la guérilla urbaine ou du pouvoir politique. En télescopant ainsi, il procède à une dé- hiérarchisation. La simultanéité des paroles (un clin d’œil au simultanéisme pictural vraisemblablement) rend compte avec une rare évidence du décrochage, pour ne pas dire, de l’inanité d’un pouvoir politique qui après de multiples « politiques de la ville » toutes aussi ratées –il y eut même plusieurs ministères pour cela !- est incapable d’analyse et qui, pour seule réponse, oppose l’ordre républicain et la rhétorique militaire : l’Etat d’urgence et le couvre-feu. La forme du found footage, le montage cut et abrupt constitue une rhétorique idoine pour ruiner la rhétorique militaire. Le rap largement présent dans ce film, joue un rôle primordial en tant qu’expression culturelle. Les rebelles, pour la plupart issus de l’immigration, se sentant privés de tout, réaffirment chaque fois qu’ils « ne sont pas des animaux ». Cette lutte a des causes sociales, politiques, économiques, urbanistiques, mais le sentiment de déni de faire partie de la communauté des hommes domine toutes les autres causes. La musique de rap perçue généralement comme une musique violente, agressive voire catalyseur des instincts les plus bas, démontre au contraire, l’humanité de ceux qui cassent des cabines téléphoniques et incendient des voitures. Avec une certaine perversité, yb « assassine » à coups de mise en boucle de la même séquence, un Président dont l’âge soudain saute aux yeux, coupé de la jeunesse du pays qu’il dirige, et qui ne comprend plus rien. Yb en fait un pitoyable slameur à la rhétorique guerrière et terriblement pauvre sémantiquement. Cette indigence du discours politique tranche avec la richesse des textes de Amiclka e Chocalate  et Dizis la peste. « 

 

 Autour de ces trois films, la boite en valise yb-ienne contient des sons, des documents, des revues, des partitions qui vont rendre compte d’un itinéraire riche, où le faire (son œuvre) s’est totalement imbriqué dans d’autres activités, d’historien, de critique, de programmateur, de curateur ou encore de simple militant. Cette boite en valise peut elle-même être la boite de Pandore donnant accès au tout.

Jean-Michel BOUHOURS

1Voir à ce propos le film d’Andrej Zdravic ????

2Cf Georges Bataille in revue Documents n°4,, Paris, septembre 1929,

3Cf yann beauvais « Manifestement » in Liu Yung Hao Yann Beauvais le cinéma décadré, Centre Pompidou/Afaa, 1999, p 85

4Jacques Aumont/Michel Marie Dictionnaire théorique et critique du cinéma Paris, 2005, p 12

 

Les belles images Première hypothèse : une interview de yb par Marc Bembekoff (Fr)

Marc Bembekoff : L’exposition Les belles images – Première hypothèse questionne l’impact immédiat que peuvent avoir certaines œuvres sur les spectateurs.

Il me semble que cette problématique apparaît en filigrane dans une partie de ton travail filmique et vidéo liée au flicker film. En quoi te sens-tu proche du travail de Paul Sharits, également présenté dans l’exposition ?

yann beauvais : La question de l’impact immédiat est parfois prépondérante pour nombre de films et d’installations que j’ai réalisés. Mais elle ne répond pas aux mêmes critères d’impact s’il s’agit d’un film ou d’une vidéo projetée dans une salle lors d’un programme, ou s’il s’agit d’une installation. Le lieu de diffusion/projection modifie la perception et par conséquent toute proposition filmique ne peut devenir une installation.  Cependant, les deux (films-installations) recourent au flicker alors leur impact sera d’autant plus fort que le clignotement s’organise selon des rythmes élevés et des seuils chromatiques contrastés. Avec l’installation, on sait que tout ou presque est d’emblée donné ; dans le cas de Paul Sharits, le visionnement d’une installation confirmera que l’expérience travaille les variations et permutations dont les cycles seront plus ou moins longs. Certains de mes films et certaines installations procèdent de ces mêmes stratégies qui semblent tout donner, d’un coup, au premier regard, comme on peut le ressentir avec Affection exonérante (2008). Cependant si l’intensité du clignotement ne vient pas barrer notre regard, nous aveugler, on s’aperçoit qu’il y a un ensemble de transformations qui ne répondent pas au critère de la combinaison de variations.

L’objet filmé se transforme, il ne revient pas à son point d’origine, et sa transformation ne suit pas un développement géométrique, narratif ou formel. L’organisation du film répond à des critères que l’on ne peut n’y prévoir, n’y déduire ; c’est en ce sens que mon travail se distingue des premiers travaux de Paul Sharits. La question de l’usage du flicker n’est pas spécifique à Paul Sharits ; il se trouve que le flicker et ses usages multiples permettent de mettre l’accent sur des modalités qui activent des mécanismes de notre vision et déclenchent des processus de participation intense de la part des spectateurs. Le flicker, qu’on le veuille ou non, un peu comme les drones, a de fortes potentialités immersives et ce malgré le fait qu’il puisse déclencher un rejet immédiat. Mais le rejet est constitutif de l’expérience, il en est une modalité.
affection exonérante Bourges

M.B. : La base d’Affection exonérante a été réalisée avec un téléphone portable. On perd, d’une certaine manière, l’entité du photogramme constitutif du cinéma qui est aussi à la base du flicker film. Quelle incidence a eu ce changement de support sur ta façon de concevoir cette vidéo ?

y.b. : S’il est vrai que les images du film viennent d’un téléphone portable, leur traitement via le logiciel de montage que j’utilise permet de les travailler à l’image prêt. Dès lors, il n’y a pas vraiment une grande différence entre la pratique de l’image par image au moment du tournage lorsque je fabriquais des flicker en format film comme ceux de R (1975) ou New York Long Distance (1993), avec ceux que j’ai mis en place en vidéo dans Still Life (1997) ou avec Final cut pour Hezraelah (2006) et Affection exonérante.

Recourir à un portable m’a permis de saisir (enregistrer) le clignotement – en fait le vacillement de la lampe de mon atelier. En utilisant le portable pour la filmer, je n’ai fait qu’accentuer, lors de l’enregistrement, cet effet de clignotement.

Par la suite, j’ai augmenté et modifié ce scintillement en recourant à des inversions chromatiques, en opposant du positif à du négatif, en grossissant l’ampoule… J’ai par ailleurs composé des entrelacs de séquences selon des clignotements progressifs ascendants ou descendants.

M.B. : Rétrospectivement, en quoi Affection exonérante s’inscrit-elle dans la lignée de certains films structurels que tu as réalisés dans les années 1980 ? Je pense notamment à des films comme Sans titre 84 (1984) ou Enjeux (1984) où tu as recours à un découpage de l’image par bandes verticales.

y.b. : Si ce film s’inscrit dans la lignée des films structurels que je faisais dans les années 1970 et 1980, c’est parce qu’il vient clore un chapitre important de mon travail. En effet, j’ai consacré l’année 2007 à mener à bien un projet d’exposition sur Paul Sharits et une publication lui étant dédiée. Paul a été un ami important à plus d’un titre, il a su m’aider alors que jeune cinéaste je ne savais pas très bien comment m’orienter dans le champ du cinéma expérimental, en m’invitant à présenter mes travaux aux États-Unis. J’avais repéré que beaucoup de ses films s’inspiraient du musical, et ce point nous avait permis de nous rapprocher, tant est si bien que, au début des années 1980, j’avais entrepris la publication d’un ouvrage sur son travail. De toute évidence c’était trop tôt, ou pas le meilleur moment.

Aussi lorsque je me replongeais dans ses archives, en découvrant des films et des documents, des envies ont ressurgi par échos plus ou moins conscients. Une fois le projet abouti, l’exposition faite, l’ouvrage en cours, j’ai voulu d’une certaine manière en finir. Affection exonérante en est la trace manifeste. Clore et aller ailleurs.

Cet ailleurs se déployant par une liberté dans l’usage du son pour ce film que je n’aurais pu / su me permettre dans les années 1970 ou 1980. Visuellement, et par l’usage du flicker, par les différents patterns que je travaille dans le film, je renoue avec des travaux antérieurs, mais je me nourris d’autres choses que sont notamment tous les films à textes que j’ai fait dans les années 1990 et 2000 et qui m’ont permis d’envisager d’autres articulations au sein des flicker. Affection exonérante bénéficie de ces acquis.

M.B. : Le son, effectivement, a ici une importance capitale qui vient renforcer l’impact visuel. Pourrais-tu m’en dire davantage sur la façon dont tu as prémédité cette bande sonore ? Comment l’as-tu mixée ?

y.b. : Oui, le son est en effet capital dans ce film. Alors que je travaillais la bande image, j’écoutais à la fois de la musique, des programmes de radio divers sur Internet, et parfois, quelques œuvres particulières m’inspirant, j’en ai enregistré des bouts. Je travaille sur une pièce qui donne sur la rue, et les bruits de celle-ci sont à la fois proches mais pas pesants. Lorsque des livreurs déballent des caisses de bouteille de bière ou autre, le son qui provient de la rue est pour le moins intéressant, j’ai enregistré quelques séquences que j’ai mixées avec une partie de Hymnen 3 de Karlheinz Stockhausen. J’aime de nombreuses pièces de musique de ce musicien, ce qui m’intéressait plus particulièrement dans cette œuvre, c’était la masse des strates sonores qui se mêlent et produisent un flux de matière dont j’aime à penser que le tissu visuel d’Affection exonérante partage aussi.

Les sons que j’ai récupérés, je les ai collés, superposés brutalement à cet extrait d’Hymnen, m’appropriant / dénaturant (pas vraiment) le travail du compositeur afin de conduire à un paradoxe au moment ou on s’y attendra le moins. Faire qu’au moyen de la musique, soit remis en cause la fascination qu’a pu exercer la proposition filmique, déjouer le confort de notre regard et de nos certitudes qui attendaient l’augmentation irrésistible du crescendo. Je voulais briser, mettre un terme à ce savoir-faire, à ce plaisir esthétique. Donc la pièce est montée à partir de la fin du son.

M.B. : Le choix de filmer cette source lumineuse me semble emblématique d’une certaine empathie du spectateur vis-à-vis de l’image, comme une mise en abyme du dispositif de projection lumineuse. La fin abrupte de la vidéo vient casser notre crédulité et cet effet hypnotique. Cherchais-tu à créer un effet séducteur pour mieux le mettre en péril et renvoyer ainsi le spectateur à sa propre condition, comme dans un mouvement de distanciation brechtienne ?

y.b. : Je pense avoir commencé à répondre à cette question ci-dessus. L’une des particularités des flicker, autant que des drones, c’est leur pouvoir hypnotique, la capacité qu’ils ont de nous fasciner, leur dimension immersive importante. Connaissant cela, je voulais en jouer, ou plus exactement m’adresser et faire qu’on se pose la question de cette fascination. Je ne sais pas si j’avais pensé à ce mouvement de distanciation brechtienne, ou alors sans m’en rendre compte. Par contre, je sais que je souhaitais casser quelque chose. J’ai toujours, et ce quelque soit le type de film réalisé, utilisé des techniques, des procédures qui visaient à se ruiner.

M.B. : Dans Still Life (1997), qui engage le spectateur à prendre conscience du manque de prise en compte par les pouvoirs dominants de l’évolution du Sida, ou Hezraelah (2006), qui traite du conflit entre Israël et le Liban, tu as recours à un langage écrit qui contextualise et suscite un message fort.

Pour Affection exonérante, en revanche, cet impact visuel ne se fait pas à travers l’utilisation d’un discours mais via le développement d’une certaine abstraction. J’ai néanmoins l’impression que cette vidéo emporte le spectateur afin de le sortir d’une forme d’atonie visuelle. Fais-tu une différence entre cette vidéo et d’autres à portée plus ‘politique’ .

y.b. : Cette question n’est pas facile, car ainsi que je l’esquissais, il me semble qu’il existe des rapports entre cette bande et des films précédents comme ceux que tu cites. Dans le cas de ces trois films auxquels il faudrait ajouter toutes les versions et configurations de Tu, sempre, le dispositif mis en place se déploie selon des modalités de capture du spectateur. Attraper le spectateur au moyen d’images clignotantes, de défilement de textes multiples et simultanés, ou de mot à mot dans des espaces ou il lui faut trouver une place à partir de laquelle il pourra faire quelque chose, de ce qui lui est proposé. Affection exonérante répond à, reprend ce type de procédure mais le fait sans contenu immédiatement perceptible, hors de celui d’une mise en abîme du dispositif visuel lumière-œil. Je voulais aussi tordre et jouer avec la fascination de l’abstrait, le plaisir de l’abstraction… Et le titre, aussi bien que le son, participent de ces moyens que j’utilise afin de donner à entendre et à voir autre chose que ce qui est proposé. Ou montrer que dans ce dont on fait l’expérience, l’expérience de l’altérité n’est pas écartée.

Autour du mot (Fr)

in  Spirit # 23 , Octobre, Bordeaux 2006

Du mot, de l’image du mot

La vitesse du mot, suspension de la parole : l’image ; instable.

Passage, défilement des phrases, dans toutes les directions.

Il est question de vacillement, de vertige plus que d’effondrement.

L’étourdissement qui nous saisit est en cela proche du travail de capture des images lors d’un déplacement quelconque et pour lequel il s’agit d’attraper au vol, plus que de rendre compte d’une réalité. On esquisse un passage, on dévoile furtivement un paysage, une architecture, une ambiance, ce n’est pas tant la reproduction qui prime, que la sensation.

Le mot s’abîme dans son image ; les mots s’éclipsent dans leurs transports.

La lettre, le mot, la phrase n’ont pas le même impact, une fois projetés, à l’écran. Cet écart est l’un des plus singuliers traits du film, le cinéma convoque son élargissement, son dépassement.

Le signe projeté revêt une autre importance, plus graphique certes, mais pas seulement, il ne singe pas l’affiche.

çSigne statique ou mouvant, selon les cas. Il s’incruste telle une pelure et troue ainsi l’image. Il est pour certains cinéastes : images : mots :dites, images. Alors que pour d’autres, le mot hante résiduellement l’image tel un commentaire, ou bien lui assigne sens et non-sens.

Dans de nombreux films, j’en appelle aux mots. Ils sont les images qui scandent le film, ils en conditionnent la durée selon les arguments qu’ils exposent parfois mots à mots ; plus souvent, selon des défilements horizontaux plus ou moins rapides. Le texte traverse l’image, selon des directions qui perturbent notre lecture. Soudain, cette dernière redevient redécouverte. Elle convoque d’autres gymnastique et questionne ainsi nos habitudes, redynamisant l’acte d’appréhension des lettres et des mots se jouant ainsi d’une musicalité de la langue qui fait office d’anticipation. La lecture est à la merci de la vitesse autant que de l’ordre et du sens d’apparition des lettres, des mots. L’enchaînement n’est plus garanti. On est pris dans une lecture qui est à la fois suspendue à l’organisation du texte qui ne répond plus aux critères usés et qui est aussi conditionné par la vitesse de son déroulement de son apparition. Le contrôle est alors extérieur et il nous faut abandonner ainsi ce à quoi nous avons toujours d’une manière ou d’une autre cru : au pouvoir de communication des mots qui forment phrases.

Mais qu’advient-il alors que le mot s’échappe se son cadre et se met à exécuter des partitions qui ne lui étaient pas attribuées.

La lettre, le mot n’ont plus alors d’espace et de comportement imprescriptible. Tout redevient possible.

Ils habitent le temps de l’image et non plus l’espace de la page ou l’écran.

La question de la lettre, du mot, est centrale dans mon travail. La première expérience cinématographique que j’ai faite, consister en la réduction d’une maîtrise de philosophie à quelques dessins de mot sur la pellicule et qui devait permettre de faire l’économie de la lecture du travail au profit d’une expérience cinématographique articulant ces concepts mêmes.

Le mot comme image, n’est pas l’image du mot comme la si bien exploré Hollis Frampton dans Zorn’s Lemma en produisant un alphabet singulier qui lui permet de nous conter d’autres histoires.

Le mot, le texte ne travaille plus la traduction.

On est plus dans le domaine musical de la résonance que dans le champ de l’irradiant. Ces textes participent de la fulgurance d’une inscription, qui s’évanouit au moment ou elle se dévoile.

C’est alors que la scansion du mot à mot autant que les vitesses des déroulants induisent au travers de ces fulgurances une indéniable poésie.

yann beauvais

CHAUSSE-TRAPPE (THE TRAP) (Eng)

in Undercut n°16, London 1986

 Art is

A screen, an image. The image on the screen is not the film frame. A distinct distance separates them. Our screen, our image is thus contained. But the container tends to disappear in favour of the contained. This effacement is magnified at the centre of the screen, where events and action are distributed, divided. To such an extent that a flicker film reveals the pulsating mechanism which unevenly distributes light across the surface of the screen, dividing in four zones. In the centre is a dead zone, neutral, which seems to allow for the eruption of luminous events. This flow of luminous energy between the four quarter eclipses, by its very rotation, the edges of the image. The edges disappear in favour of this intense flow. The frame becomes a dead zone of representation. This zone shines dumbly, unquestioning – and yet it keeps its cutting edge.

Two screens revitalise at least two edges : those that meet.
Two screens direct, brutally, a dialectic of presence.

Simultaneously presence delayed, replayed, redoubled, homogenous, heterogeneous. Two screens can contradict each other in various multiple ways, suggesting new signifying chains as well as raising aesthetic problems that others have been able to grasp by using musical models as a paradigm. The look flows, weaving patterns across the surface of representation, choosing elements and lines of force which sometimes fold back into the totality of the image-composition. A temporal potential realised through spatial means. Reinforcing displacement by the condensation of two images (or more) into a totally new one.

Something serious

A similar paradigm is used in R and in it’s twin screen RR. The central part of the film is based on a transcription of a Bach invention for two voices.
The two screens underscore this paradigm in so far as one is always the simultaneous reflection of the visual development of the other, regardless of the position of the reels (left or right) – the technique of inversion of a theme so often used in music.
The use of the mirror deliberately side-steps the question of the reality of the representation. It no longer has any importance now that we’re in the domain of the reflected image, of imitation. It’s impossible to determine which is a reflection of which. The two images reflect one another in a constant back-and-forth, mimicking to a certain extent the development of the (fake) pans which comprises the film ( shots taken every 5° along a 180° arc). The pans metaphorically evoke, if only superficially, the keyboard. The progression wasn’t, isn’t, the same : in one, range changes pitch ; in the other , space is revealed and extended. They have nothing in common, their development isn’t the same – one lead to growth, augmentation ; the other , a spatial glissando. Sans Titre 84, employs photos of the highly symbolic Arc of Triumph which are then cut into vertical, horizontal and diagonal strips. The individual photos carry little interest, they represent just a brief moment in a series which moves in two different directions. The serial aspect of the photos invokes time, shaping time which subverts the still photo. Every one of these photos -grouped into four different series (one series which circles the arc, shot from24 positions according to a 24-pointed star inscribed on the ground, plus three series approaching the arc from three different avenues) – is a common shot, with standard lighting and composition, thus enhancing the object photographed. The blending of these views (2 by 2) produces new objects which mark distinct moments in the circling of the arc. Architectonics is thus invoked, convoked by the differential reconstruction of the initial object. The arc transforms itself by coupling with itself (unity generates multiplicity). The instantly recognisable identity of the object is thus short-circuited, creating tension in the gaze which seeks to re-establish that lost identity. For the object gets lost in its twice doubled image and (dismembered) must reconstruct itself. The image paradoxically and simultaneously gives of itself in order to withhold. The Arc of Triumph’s power is such that, even though heavily re-worked by the strips, it tends to efface this re-working. Hence the necessity of twinning the screens. Offering a twin, if not an identical one, which will attack the (politically, symbolically, touristically) « much-longed-for » object.

Alas !

Movement, movements are simulated. Realm of imitation, imitation of cinema (that of the partisan of cinema as reflection of reality as well as that of their antagonists, those valiant knights who do battle with that horrible beast). The film presents false movements – the work of fiction. The temporally constructed is neither that of narrativity not that of a simple circling of the arc, because it’s doubled – in phase or not – creating and underscoring the mechanical concordance of the projection situation. Isolate to manipulate, or, how to disguise the way things work.
Itself an imitation (simulation), the reconstruction is agenced through retouched photos, and smooth continuity is disrupted in favour of a numbing of sense(s). And the objects go round. Faced with these doubled objects and twinned screens, the gaze nevertheless privileges, choosing one circuit, selecting one circling rather than another. It’s incapable of dealing with simultaneous contraries.
So the gaze follows one way, which nevertheless begins to tilt when the object encounters itself. Without, for that matter, really identifying itself for what it is. Each time that the « treasured object » draws nearer to its lost form, the other object reappears and sabotages homogeneity with its heterohomogeneity.


yann beauvais, translated by Deke Dusinberre.
Undercut n°16 spring/summer 1986

No never not me (on yann beauvais) (Eng)

in yann beauvais Tu, sempre # 5, les livr&, Espace Multimédia Gantner, 2003

by Mike Hoolboom

SARS
I am from the city of SARS. Severe Acute Respiratory Syndrome. Like any respected illness, it is quickly spread, highly contagious and fatal. Without warning, the city I’ve lived in all my life has been converted into a plague epicenter. Again.

Like me, the television has no memory. It doesn‚t matter what happened before. There is only now. I live in an eternal and ever expanding present. I am from the city of SARS, always have been.

The first case was uncovered only a couple of months ago and the headlines followed soon after, hospitals were secured, health officials appear so often in the media we wondered if they had time for much else. Their pictures are intended to calm and reassure, though Toronto is a city so concerned with work deadlines that anything as involving as panic would have to be planned and inserted into already crowded civic schedules, squeezed in between gulps of cappuccino and committee meets.

Toronto is a city built on the superego, requiring endless sacrifice, tireless work hours and devotion. SARS could not be better contained anywhere else. Toronto‚s citizens have already swallowed the watch full eye of conscience ; the surveillance cam of the imagination belongs to each of us, as we perform our rituals of greeting and leaving. While part of us is always here, in the moment, in what grammarians like to term the present tense, in close-up, the other part is always in long shot, looking at ourselves from a very great distance. This is the distance of the superego, the judge, the one for whom nothing is ever enough. Not even SARS.

Along with a new disease, a new word makes the rounds of the city, at once quaintly old fashioned and terrifying. It is a word so powerful it threatens to loose the hold of the microchip which has already possessed us in a viral replication all its own, converting our everyday into two kinds of time : on-line and off. Cowering beneath its three syllables, the steady march of progress itself seemed in doubt, threatening to turn us into a living museum of the middle ages. Quarantine. They were actually talking about putting people in quarantine. Maybe the whole city, who knows ? For this contagion could pass through the air. Lie waiting on doorknobs and elevator buttons. No surface, no matter how familiar, could be entirely trusted, assumed benevolent, safe. This is part of the power of a plague, like an avant work of art, it overturns assumptions, upsets the easy jog between experience and its naming. It is a contagion of the imagination.

Of course I acted like everyone else in the midst of catastrophe, I ignored the whole thing. Shut off the radio. Refused the news. This plague might be killing people but not me, never me, my friends and neighbors. Because I grew up on books, I thought if you scratched hard enough at anyone afflicted you would uncover some psychic tremor, some moment of ill will that lay in wait, festering for an answer like this one. Ridiculous I know. That our life might be broken into chapter summaries, cover copy, even appendices and a bibliography, this hardly seemed unlikely, not after so many centuries bent to the rule of the book. But to imagine that scripture might apply to something as even-handed as the plague, that was more than a stretch. The tabs were running pictures of the youngest victims‚ they could find and splashing them all over the city. The innocent are dying, they fairly screamed, and if the blameless could fall, well, then who was safe exactly ? Armed with this plague, we stood at last beyond the law. I washed my hands at every opportunity, just as the doctors prescribed, but more than that, I answered every phone call, met every request, cast a benevolent eye wherever I went. I would ward off illness one smile at a time. Make a force field of virtue.

Because no one I know comes down with it, SARS remains a media confection. How confusing when San Fran Jay calls to ask, « Is it safe to visit ? » He has a child now, a young boy, so the ledges he used to jump off without thinking twice seem a little steeper. A new kind of vulnerability has entered him and with it a new kind of fear. He‚s calling for more than assurance, he would like to receive a guarantor of safety, something so bright his boy will be able to make it out across the continent. I imagine the bird men of Minsk, the hooded saints of Venice, the phallic warriors of Bremen walking untouched over cobblestones that had not yet felt the fury of blitzkrieg ; five hundred years ago the machines of death were slower, but no less terrible. These masked visitors, witches and fantastics, were amongst the few to enter cities whose very mention, or so legend has it, was enough to prompt illness. Crossing ramparts filled with soldiers armed to contain this empire of illness, who would dare pass between them except for those who had died already ? But I don‚t tell this to Jay, I have no mask of feathers to protect me, no insider‚s deal I can offer that will spare him. According to the papers at least, the prospect that he would come and visit me and then die, leaving his child destitute, seems unlikely, but not impossible. Every decision, Jay reminds me, leads to the end, and as he says the words I can hear the small terrible place inside where his boy is always getting hit by the bus, thrown into the path of a motorboat, pianos fall from the sky to crush him, cracks in the pavement swallow him whole. For their parents, children are also a kind of plague. Two weeks later Jay comes down with fever, and calling me from a feinting, vomit filled sickbed he sounds happier than I‚ve heard him in a long time. The decision has been made for him. He won‚t have to come.
Losing It There is a way of forgetting events even as they happen.

Last year I fell in love with Srin, an ubermind from Brussels. We had exchanged The Look over a decade of festivals and incidental meetings, secreted the love gas that says yes, you, I want to reach into the very heart of you and travel the seams where your cells knit together, arrive at some originary moment where the first inklings of what you might become, the joint of a finger, a strand of hair, was being borne. This is what our touching might allow, and for a few very cold weeks in Brussels it did, until it was time for me to go back home again, having experienced the terror and loneliness and high altitude mind merge that real sex allows. I lived there with Srin and her little girl, Tanya, who looked like the Russian doll version of Srin, like if you struck her under a shrink ray her little girl would be left standing there, which was unnerving to say the least. Srin was working and a single mother, friendless in this grave new city built from Congo gold and dismembered slaves, living right up against the edge of her abilities, terminally stressed, just getting by on the money front which meant she was mostly broke. When Tanya went off on one of her eight year old tantrums it was usually enough to crank Srin off her thin edge. The ensuing explosion was a wonder to behold, a full on attack with a voice dripping hate you could hear from the far end of the block, no matter if we were in the middle of a supermarket line-up, waiting for the tram WHAM POW she‚d go off, flaming that little girl until there weren’t‚ ashes to be stirred. I was terrified of course, had been the subject of just this kind of weather growing up, but was fascinated to watch young Tanya‚s face while her mother slammed. She never looked scared (that was left for me) or defiant or angry, in fact, her face quickly settled into a mask of non-expression, a hard, shiny object that all the heat in the world couldn’t warm, couldn’t find a place to stick to. She would always look off her mother‚s face, at some terminal point in the distance, and hold her stare until Srin ran out of gas, and then Tanya would fast talk about something else, anything else using her best I‚m-a-little-girl voice. As if this anger, this torment could not be going on. What I was watching was Tanya forgetting this moment, even as it was happening to her. She was trying to keep the rage from becoming part of her, though she was already capable of an impressive fireworks display of her own, but most of her was wedged up against her own experience, committed to saying no, not that, that could never have happened to me.
Denial, repression, splitting. These are all familiar companions to plagues the world over.

Thomas Köner or The Music of AIDS
I never met him. He was sitting, all six feet and more of him in a chair looking like he‚d just come off the football pitch after a too satisfying round of headers, not larger than life, no, but seeming larger in that moment than the dark isolationist drones that he’d been resodding Europe with for the past decade and a half. I was too much in the thrall of him, waiting for his concert to begin, to up and introduce, not this over mind of computer electronica, so I sat there trying not to stare at the broad back, thinking : There are two sides to everyone, but remembering as well Roland‚s cautionary wave, “No more heroes Mike. Just because someone can pull sounds out of their laptop” Roland leaves the rest unspoken. He might have added : hit baseballs, swing sticks, throw balls, and write melodies irresistible to anyone under the age of twenty. There are certain moments of the flesh, which still belongs to the coliseum, to bloodlust and the appetite, summoned only in crowds. The music man sitting in front of me is one of their number, modest despite his proportions, a free jazz saxophonist who worked his riffs up into Dutch radio before he got tired of so many notes. He started working for Paistie, the drum factory that ran across borders, there wasn’t a skinhead who hadn’t seen Keith Moon blow up his kit night after night that didn’t want to bum rush the show and run off home with a set of Paisties under each arm. They were the grail of serious drummers and Thomas Köner, he can named at last, the Aryan giant seated across from me, Köner became a sales rep for these gongs and snares, which seems, in retrospect, a coincidence too fantastic to swallow but he swears it‚s true. They said of Andy Warhol that he was someone to whom life just happened, but Köner works the other side of the street, passing so slowly it doesn’t seem like he‚ s moving at all, not until he‚s actually arrived, and there is no moment of his life, no incidental job or conversation or sexual act which has not become, sometimes days or weeks or years later, the most perfect kind of music.
While he is flogging Paistie Thomas began recording, assembling an archive of cymbals rubbed slowly with rubber balls, contact mics catching sounds not quite audible, microscopic after tones he would layer up later, building long waves of sound that you wouldn’t hear so much as have them settle in place of your spine, retuning the world around this dark, still center.
He liked to holiday in the north of Finland, away from people, people seemed an unavoidable part of work and its routines. He always arrived in the rainy season, a calm drizzle running through the heavy air, this is what he dreamed of all year, walking those Finnish hills that would fall away only to reveal another hill, and then another just the same. No horizon, only clouds, low shifting and pressing earthwards, you were always inside the weather he said once, a thousand years ago. Inside the gray damp pour which might at last arrest the inner monologue we use to hook the world to our personality. To hear Thomas narrate his vacations (and believe me I never have) is to arrive at an exact portrayal of his music. Words where none belong. Descriptions of plague.

His first CD Nunalak Gongamour (amour=to love, gong=drum) laid out on Roland’s home-made Barooni label, was a fledgling effort, still hanging onto his sax, although its shiny valves featured now as a reworked bass drone, nothing Parker or Coltrane might ever call home, but you can hear it in the grooves, he‚s not quite there yet, the train‚s still coming in. He teamed up with Roland again for Teimowhere his Paistie drones took flight. Thomas loved the names of glaciers, abandoned Finnish settlements, maps of explorers condemned to the trials of sight, busy making a private cartography of their own flesh, the density of tissue and ligament and bone relearned in places no one had ever dared encounter. It is a place, simply put, where the merely human does not really belong. A place Thomas thinks of as home.

I caught myself looking at shoes in a shop window. I thought of going in and buying a pair, but stopped myself. The shoes I am wearing at the moment should be sufficient to walk me out of life. (Blue by Derek Jarman)
Thomas passed through the wall with Teimo, not just reaching across so he could bring back a taste from the other side, but stepping fully into it. This was art that had to be lived before it could be imagined, and he went to live there now, thick, sub-sub-bass chords layered and then layered again, and somehow in the illuminating gas that was past lonely he could work up a drenching, nearly heart-breaking emotion that belonged to anyone with ears enough to hear it. Teimo was an unexpected hit on Roland’s micro-label, widely reviewed, selling over 2000 copies, and then there were concerts, gigs in Japan and South America and another pair of isolationist masterpieces (a word, like many others, that Thomas really detests) on Barooni that would cement his reputation :Permafrost and Kaamos.
Thomas finally met yann beauvais at a festival, Antwerp was it ? somewhere in the early 90s, when he was loading up pictures made by fellow German arbeiter Jurgen Reble, who was working the image side of the room with slowly moving pictures, processed in a magic of chemicals that flickered to life while Köner put his bass lines through the heavy juice, micing bits of the room and sending it back through frequencies only he could hear, though we could all feel them. And no one felt them more than yann who was bold enough to ask, even then, if he and Thomas might preside over their own marriage of pictures and sounds, but Thomas could only say : Not yet. A polite way of saying never ? But the moments grew, nothing with Köner is fast okay, not yes or no for sure, and squatting over dinner at yann‚’s one Paris evening in the mid-90s yann asked again, and was surprised to hear Thomas say that he too was about to wonder when the two of them might. In Reble, Thomas had found a partner in crime, both romantic artistes in the classical mode building transcendental something through abstraction. Repetition. Contemplation. Repetition. A vast slow build. yann’s work offered a change of pace, if Jurgen was a rock, yann was a mosquito, the meaning right up in front of your face, and with Tu, Sempre, at last, there were words and politics. Politics for the iceman.
“While working on Des Rives, our first performance, I invited Thomas to New York where I’d lived for periods during the 80s. I took him to places that were special to me, though they weren’t included in the film. There he could find some of my mental sonic landscape, like the revolving hotel doors, which divided sounds of the street. As we walked I told him stories, about the coldest winter of 1976 for instance. I was coming out of the subway looking for Rafik when I saw a man lying on the pavement. It took me awhile to find the blood around him, and then the police kneeling over his face, and I realized he‚ d been shot. The first dead man I‚d ever encountered.” (yb)

Together they would try to conjure the sounds of the plague, lift some private sorrow into the sonorities of word and musical event, pitched so that hearts might open while hearing it, and without end. yann called this work Tu, Sempre (Always You).

Cocktails in Amsterdam
It‚s 7:30 in the morning here, an hour past midnight in the city I used to call home, a cold fog reaching up over the red-bricked roofs making its inhabitants suddenly and wonderfully invisible to each other. A library hush accompanies, everyone careful not to break the spell that seems to summon each new-bricked canal for his or her pleasure alone, every citizen a metropolis. I am sitting with Yankees, who has grown tired of the long distance swimming that took hold of him at an age when most serious swimmers had settled into retirement. He prefers movies now, all those hours in the water have given him a feel for doubles, mirrors, reflections of every kind.
In a rash moment, I‚d forgotten to pack my HIV meds in the on flight bags, and scurry through uniforms of the new Europe, the new personality that waits for me here, feeling for the crisp plastic screw tops buried deep in my luggage, more responsible than any act of will or prayer for keeping me alive. The cocktail they call it back home, a word I associate with the Dick Van Dyke show, balm of the North American preteen. While the longhairs were Wood stocking we were swallowing the old dreams on black and white television, watching Rob reach for his evening martini. Of course he worked as a comedy writer, what else amidst this barely contained topos of fear, every surface of his showroom apartment crammed with a brave new American manufacture, fridges and stoves thrown into the breach of empire. They, the enemy, the Communists and anarchists, the queers and niggers and Indians waited on every corner to take back what had once belonged to them (“As if !” Rob thinks). These white appliance bulwarks accumulating like treasures in the Vatican, in upwardly mobile homes like Rob and Laura‚s. At night, when he gets home to his perfect wife and TV dinner (if only they could stop showing us the Vietnam war ! These images of empire upset the digestion) he lounges in a chair large enough for three Robs, and reaches for his cocktail, unshaken, unstirred, and surveys the kingdom of his living room, a territory which he knows that soon (Will I get that raise ? That longed-for promotion ?) will be expanding, absorbing others of its kind. He‚s an American after all, he‚s been promised from birth.

I am shuffling through my bags searching for my cocktail thinking of Roband Laura when a grizzled survivor from the next table begins to speak (To us ? Is he speaking to us ?) in a desperate mix of Dutch and English and some sub-German dialect. He is making a speech in fact, though we are the only ones near enough to hear it, and as I pop my pills his eyes go wide and he shouts, “Juden” while running his hand over his throat. Yankees wants to leave RIGHT NOW but I’m tired, my motors aren’t running yet and besides, I haven’t finished my sandwich. I walk on over to him and give him my best threatening made-in-Canada stare down, which looks more like an apology if you want to know the truth. I come from a culture of apology, while the Americans have made a public imaginary out of success, the will to power, we in Canada have practiced an art of failure, rubbed it smooth until we could practice it with élan and grace, we have succeeded in making a culture of failure and apology, so my stony look glances off him no problem. He shouts back at me then, “Juden ! We should have killed you all. You are bringing plague to our land.” Because I’ve stepped off the plane hardly myself, I push my face into his and hurl a string of invectives (sadly, these remain the only Dutch words I’ve managed to retain). He leaves then, dissolving into the mist, another ghost of the old world biding his time until his hour will round again, some ancient memory of fear waiting for the radio, the loudspeaker, the TV, to begin the revolution, the purging and rituals of exclusions, the bloodletting of the righteous. There are graves to be spat on. Museums, which must be marked or bombed. The dead must never rest.

The most chilling word he offers of course is we. We should have killed you all. As if it were me too, waiting with the hatred in my mouth, my own killer. As if I‚d marched alongside him looking for enemies and finding them everywhere. And then each other. And then me.
Of course he knew, didn’t he, instantly, just what my medicine was for, which meant that either he himself was similarly afflicted, or he knew someone who was. Unusually, I‚m able to pull out my Norvir just about anywhere. Because I have to take it with meals I carry a bottle of the bright orange liquid into restaurants and cafes and bars, and no one looks up, no one notices at all, and I wonder if I‚m just the same, these small signifiers of the end multiplying all around me, though without the code they appear as benign moments of the cityscape, passing shadows, unnoticed. Of course people are dying in front of me all the time, I just don‚t see them. I won‚t see them. Not me, never me, no.

Amsterdam Redux
I have been invited to Amsterdam to share the long moments alone in the edit room from the past couple of decades. Retrospectives are usually reserved for the dead, but this one attracts so few people (who exactly did I have in mind when I named one of the programs, « The Agony of Arousal » ?) that I am weightless, an astronaut bounding over these strange new equators of the past. It was a long march alright, but mostly just for me, those old bruised pictures raised to light, some of, which, mercifully, would be heading straight for the dumpster as soon as I got home. The last screening contains my most recent and personal work. Naturally, it is about AIDS. When the lights come up, when I have watched my friends die again, the way only someone in a film can die, over and over, and without end, I am moved, a little choked as I stand up in front of the handful, so I‚m not prepared for the first question, not at all. My interrogator has one of those long, thin faces they manufacture in a plant just north of the city. They give them away for free so everybody has one, faces which seem to drip from their foreheads and stitched across it, almost carelessly, a pair of slave trader lips and glasses so beautiful you could make a down payment on a house with them. Serious. He has a serious face. This serious face asks me, “Why did you bring those movies here ? We don‚t have a problem with AIDS in Amsterdam. It’s only the junkies,” he insists, pausing to look around the room, “and the junkies haven‚t come.” There is a moment in Le
tters From Home
 when Sally says, “Twenty more people will die of AIDS while you’ve been watching this film.” But because it was made in 1996 that no longer holds. Now the number is more like thirty. But of course these people are dying in Africa and Asia, that‚s what the man with the dripping, serious face is telling me. It’s them over there, not here, not now, no, never not me.

Besides, I have committed the worst sin a filmer can make in these fringe venues. I have bored the audience, dulled and deadened them. Now it is their turn to tell me how much. If this is all feeling a bit off the beam, it‚s because I‚d spoken to Martel the day before, a stranger OK, we never met in the end. He worked as a journalist for the national daily and had been sitting on a mound of my tapes for the better part of a month, ready at last to squeeze his musings into sound byte infotainment Dutch so his readers, maestros of Matrix-land and other moments of LA manufacture, might glimpse some far shore of cinema between his homilies. Only he can‚t do it. He is at home when the call comes, it‚s his doctor, the tests have come back and would he mind coming in ? No, better make it today. When he arrives he hears the words he‚d been dreading these too long years, lost in the arms of the anonymous, his once lover already dead but that was already four, five summers ago, when something steady flickered up into his life at last, at fucking long last and then that was gone too. There were others but never for long, not too long now, they would start getting too close and he couldn’t help it, he could feel himself letting them go, just couldn’t face all that again, not yet. And now the doctor is telling him, ”I’m sorry. You’re HIV positive.” He calls me later that day, with a small, thin voice sounding far away from me, his body, the body of friends and family. It is a voice sounding from some long ago recess of his mother, the plains of Sinai, the Uldivai Gorge, he is calling from a thousand years ago so it’s no wonder I can hardly hear him saying, “I’m sorry. I‚m so sorry.” And then just, “I can’t.” Over and over. He echoes the doctor’s words, he can‚t help it, he hears them pounding away inside in place of his heartbeat, “I’m sorry,” he says, “and I just can’t do anything for you. My doctor told me that I’m…”Only he can’t bring himself to say the word, not today, not with the fresh kill still lingering in his mouth. That comes a few days later, when we talk and talk and talk, he doesn’t want to meet, no way, doesn’t‚t trust himself to leave the apartment, he knows what‚s out there now, how many kinds of misery the body can conjure. But he delivers the news and many other things besides which I can’t repeat for you here. But it’s his voice I hear ringing clear through the room when the man with the serious face tells me that I’ve come to the wrong place, we don‚t have an AIDS problem here. Now take your avant movies and leave please, when we want some more propaganda we’ll just turn on the TV.

Walter Blumenthal
“In August 1942 the Gestapo arrested Walter and his wife Elisabeth in their apartment in Berlin-Charlottenburg. They were to be taken away in a lorry. Shortly before it left, something was thrown from the vehicle. A neighbor saw this and later picked up the object. It was Walter‚s wallet, containing his business card and two photos. Walter and Elisabeth, both in there seventies, were deported to Thereslenstadt and later murdered in Minsk. Time and again the family of the neighbor who found the wallet told its story, preserving the memory of the Blumenthals and their fate.” (Jewish Museum, Berlin)

Pip’s Story Robert decides to go to Portugal, it’s not unusual, the Europeans are always leaving, turning the corner, opening the next door. From his friends he gathers a list of forty places he has to visit, no doubt about it, he’s going to be busy there. He’s young, not yet thirty, but one of those born into a sense of duty, he entered this world the way others enter a monastery, there is work to be done, so he crosses the border with his steering wheel in his right hand, and diligence in the other. He visits two, sometimes three places a day, never straying from his list, precious list, and at night he settles the car by the roadside, or sometimes in a park or school, and goes to sleep. He doesn’t have money for hotels, but he eats well, fish mostly, it’s the season, and those glazed palm trees for desert, a little heartier than their Paris cousins, pastry fans made in layers, which come apart in his fingers. The floor of the car is covered in them.
One night he has trouble finding a place to sleep. The streets are too narrow to park in, the schools are locked or closed, and he finds himself driving on past the outskirts of Vila do Conde. There‚s a large road running to Porto and he pulls off the shoulder hoping to stay there, right there, but when he looks out there‚s nothing, not a tree, a post, a bench, nothing. It‚s like someone‚s taken an eraser to this part of this world. So he keeps driving though very slowly, because no matter how he turns, or how far he ventures across this road, which is not a road anymore but a path of dirt and small stones, he can‚t make out a thing. Finally he decides to stop, he wants to get out and take a look around, so he leaves the headlights on. He opens the car door, steps away from the hood, and very nearly slips and falls. He is parked five feet away from a sudden drop. The land ends here, while beneath him the river is flowing. Waiting for travelers. The moment I keep rubbing in Robert‚s story is when he decides to stop the car. Of course it‚’s luck, pure chance, but couldn’t we also see this as an instant of knowing ? Imagine a school, a university where students would learn to recognize, organize, even attract moments like these. I believe that such a school exists, though there is no one paid to explain the way, no curriculum, and above all no rules. I believe that this is the place which art inhabits, though mostof its practitioners would gape at the mention.I know, I know there is little evidence of this kind of risk, perhaps this is why most shows are dull affairs celebrating the narcissism of objects (Look at me ! At me !). The drivers of these cars have pulled over long before the abyss, they have planned their routes well, and they are efficient, workmanlike, organized. But the art I long for, the hope I carry each time I cross the threshold of the gallery, museum, cinema, is that I will find someone living outside the code, who has left the known world behind, willing to risk everything for this moment of seeing, where the body can show itself again, radiant in its new understanding.
When he stopped the car Robert was still too young to believe in accidents, surrounded by nothing at all, his body reached out and saw his own death, and ordered him to stop. If you met Robert you‚d understand right away how he managed to do this, because Robert is someone who always in love, not with Sam or Julie or José just in love, just like that, opening. Robert is always opening, and when you meet he is so soft and easily bruised. It‚s something like a challenge, like he‚s laid down a glove between the two of you because that soft face is asking : will you join me here, in this place, opening and then opening again. And without end.

yann‚s movies
yann‚s first movie is entitled R (5 min 1976). He ventured to an empty field and shot it like a Bach fugue one afternoon, flicking his glass eye over the tall grass once, twice, three times, then zooming in and flicking again, easing matters with a real time pan then back to a staccato single frame eruption, breaking up the landscape until it appears as if it‚s looking at itself. What yann‚s insistent flicker reminds us, is that this is a reproduction, the natural world has vanished behind the curtain of science. There is no there there. When he tells me he made it all in-camera, I can hardly believe him, it appears the result of patient hours of rephotography, smoothing the moments, the repetitions, and the glissando glides of black and white flickering across this root life. It is a film I tried to make once and failed, no not just once, but three times, in each instance getting as far as the lab door before realizing no, this would never do, it’s not ready yet, and it never was.

Unexpectedly R became a hit, or at least a thud, which is max impact in the fringe microverse. It established him instantly as a force to be reckoned with, prints were purchased and circulated, he was an artist after all. yann feels that all films are not created equally, that democracy has little place in the production of pictures. “In your life you may produce only three or four films that are of any consequence,” he tells me, “perhaps only one. The rest are beginnings, pointers, and preludes. He wonders if he has already filled his quota.” Somehow none of this seems to bother him, tug at him, the way it pulls at me, almost all the time. I obsess about Yes, the teen idol band whose symphonic rockalots washed over my mescalined ears again and again. They were capable of three perfect records and a live set that made me weep to hear it. Then followed a double LP of such bloated self-importance even the band turned against it. Subsequent efforts proved little more than technical exercises (so many notes, so little feeling), each new record seemed haunted by the group‚s understanding they‚d lost touch with the manna they used to call home, the old numbers dutifully trotted out as concert encores, but when they reached for it now it was gone. They put out record after record, the line-ups changing as one member after another quit in frustration, all consummate musicians at the top of their game, unable to summon again the big feeling they had in those few short years. When I talk to Steve Reinke about this he figures that an artist has about a decade, more or less, to make their best work in, the rest is rise and fall. Hopefully, Steve winks at me, no one else notices. I had imagined matters would be different here on the fringe, no one looking over our shoulders for the next big thing, there was simply no place to aspire to that might bend the relation between the movie that wanted to be made and its maker. But yann assures me it isn’t so, and after watching the sub-optimal efforts of fringe makers in fests around the world I can only concur. The muse is a temporary diversion.
yann didn’t stop with R, though it would haunt him in the years to come. He was competing with himself, though when he began he didn’t know there was a race on. Each year brought another film, or two, until he had a body of work, by the turn of the century there were thirty, forty films, a trail of emulsion hinting at the secret pleasures celebrated by all those who had made an adventure out of seeing. There wasAmoroso(14 min 1983-6), a flickering travelogue with young Miles seen through rosy glasses, and while its midsection boasts a bravura fountain edit that would make Kenneth Anger blush, it‚s simply too long, too many vistas which flatten as the relentless pace continues until everything looks just the same. There is Divers-Épars(12 min 1987) and Spetsai (15 min 1989), flickering chase films which grab at the world in small bites, nothing lasts, no not for more than the time it takes to say “There” and “There” and “There”‚ one scene replacing the next in rapid fire succession. These are chase films, only the haunted one, the lonely pursued figure is never seen. The filmmaker yann. After a lifetime of childhood illnesses and fever he learned to push himself until he was too tired to go on, then he would push himself some more. For years he has lived on the verge of collapse, seeing too much, living a little too much, and the moment before falling, when the white light edges off the corner of the eye frame, is an experience he returns to in film after film. He is condemned to it somehow, it‚s how he sees, so when he picks up the camera, there it is again.
In the early 90s he began the first of what would be a trio of films about AIDS. The first,SID-A-IDS (5.5 min 1992), was made in conjunction with Positive, a Paris-based AIDS joint that grew alongside ACT UP. (“My good friend began Positive so that’s where I went,” says yann, shrugging.) yann offered to commission a series of shorts around AIDS which he would tour through France, a difficult promise to keep as it turned out, because “art and politics don’t mix in Paris”. (Later, when his film was purchased by ARTE, he gave the money to ACT UP.)

Still Life (12 min 1997) features a cascade of words, a rainbow flicker shattering its procession of titles into quick, outraged phrases. This is yann’s J’accuse. Three voice-overs cycle through the speakers, Derek Jarman’s pill regimen from Blue, David Wojnarowicz’s recount of a friend’s last hours and yann’s confessional. This is a formalist’s politic, an image made of words : “15 years of the epidemic in France. 45,000 dead. “Everything is OK !”

The consolation of making movies
While my friend died I…
While I watched him die I…
After I left the funeral I…

Paris : Black and Blue
I never manage to arrive in a city, no matter how long I stay, and the frame it provides for its inhabitants remains a blur. Paris, for instance, never brings the Marais hipsters into focus, the hustlers circling the Bastille, waiting for a look on a stranger‚s face that will admit them into anonymous worlds of pleasure (and pain of course, in a city this beautiful, this old, pain is never far). Instead, Paris is a face, yann’s face, his too-blue eyes opening the moment between us, shining with the luster of a childhood he refuses to leave behind. But while they are softly singing of the now, right here and now babe, they are also lost somewhere. While yann speaks of censorship problems, lobbying the museum, health care for immigrants, his eyes are wandering through the windows, up over all the walls and outside, lifting, always lifting to the stars he knows are there, even under these small roofs, the impossible miniature of this apartment. When I speak to yann I can’t help thinking : heaven is not so far, after all.

When we alight at Orly, after a three hour flight where the blonde flight attendant (do they only come in blonde ?) can‚t stop smiling, putting everyone on edge (is the joke on us ?) I‚m lost straight away, so even though I know it will cost me a good part of my screening fee, I climb into a cab. I take out the camera and pull my arm into focus, hanging off the thirty degree windows, still steaming from the day‚s oven, watch the light play across my fingers, the background coursing past, my body shaped and reshaped in the French ozone holes. We rush together along the highway, there’s no room for fucking around here, the cars so close I can count the hairs on the back of the neck of our neighbor. The driver plays jazz, what else, but I jump from the seat when he starts to sing along to Armstrong’s Black and Blue, the angriest cut of the great entertainer, the one who kept walking in the back door and raving up the joint then leaving when the show was over. “Oh sorry ma‚am, I better not have that drink, thanks for asking,” knowing that black and white cocktails didn’t mix in these small minds, so he left the same way the cleaners and busboys did, heading for the colored only hotel. He just kept smiling, and shrugging and laughing, certain that it would turn out alright, and some nights it did, but the long years of nigger and boy and sniggering pale trash that weren’t fit to wipe his horn worked its way up into Black and Blue, only he sang it so sweet and sad they couldn’t help playing it on the radio, even today, and whenever they did, you couldn’t help singing right along with him.
How will it end ?
Ain’t got a friend.
My only sin
Is in my skin.
What did I do ?
To be so black and blue.
(Black and Blue by A. Razaf, T. Waller, H. Brooks)

Up ahead a bus stops and the driver, the little tag on the back of his head says his name is Gus, rolls his eyes at me before remembering I’m anglais, complicated matters like traffic are doubtless beyond my understanding, so he turns back to face them and so do I. The first woman off is a great round ball of a tourist and she is followed, more slowly than surely, by a tribe of others, each wearing the same incredible t-shirt, dark cotton strained by too many crème brûlées and the long miles of bus. There is a simple message sprayed across their collective chest, loosed at last onto the baking cobblestones. “I’m Rea” No wonder they’re smiling.

yann shows me his new movie, Tu, Sempre, a political film thank you very much, with a capitol P. He has grown tired of the emulsion benders, the many still exploring the material roots of cinema. How does it work ? What happens when you take just this one moment, say a zoom or pan or even flickering colored light, and let that become the movie ? For both of us this used to be a place we called home, but we don‚t have much feeling for home left in us, not after burying the ones that lived there with us.

My body feels like a third person in the room, my mind a second person, my friend a first person, the doctor absolutely necessary. (Tu, Sempre)

There are texts flowing, crawling, and moving through the frame.Confessions, statistics, commentaries, notes in the margins running, always running and it is too much, it appears as compulsion, hysteria even, all these words in a place usually reserved for pictures. I can‚ help but wonder if yann has come to end of his pictures, or found himself in a place where pictures are no longer enough, unable to bear the burden of all that needs to be shown and shared. Between the words there are moments of flesh, glimpsed in close-up, the camera crawling through the pores, but just for an instant, just long enough to remind us that these words, this movie, has come from a body, and is returning to it.

At that point when I first began to comprehend the enormity of what was happening to my community, I understood only that we would lose many people. But I did not anticipate that those of us who remain, that is to say, those of us who will continue to lose and lose, would also lose our ability to fully mourn. I feel that I have been dehumanized by the sheer quantity of death, so that now I can no longer fully grieve each person- how much I love each one and how much I miss each one. (Tu, Sempre)
In place of a single viewpoint, the portal of imperative that movie talk usually offers (Do you love me ?), there is only diffusion, a scattering of words. They appear at once streaming in opposite directions, spoken in voice-over, asking, language always asks us to listen (Do you love me ?) insisting the viewer/listener make a choice. Which path to follow ? And how far ? For each member of the audience, a different movie. And in place of the pictures, which have been denied us, we are forced to summon our own.

Along with the common celebration of the unbounded flows in our new global village, one can still sense also an anxiety about increased contact and certain nostalgia for colonialist hygiene. The dark side of the consciousness of globalization is the fear of contagion. If we break down global boundaries and open universal contact in our global village, how will we prevent the spread of disease and corruption ? This anxiety is most clearly revealed with respect to the AIDS pandemic. The lightning speed of the spreads of AIDS in the Americas, Europe, Africa and Asia demonstrates the new dangers of global contagion. As AIDS has been recognized first as a disease and then as a global pandemic, there have developed maps of its sources-a spread that often focuses on central Africa and Haiti, in terms reminiscent of the colonialist imaginary : unrestrained sexuality, moral corruption, and lack of hygiene. Indeed, the dominant discourse of AIDS prevention has all been about hygiene. We must avoid contact and use protection. (Tu, Sempre)

A confession. Seeded along these two texts are words of my own, yann had asked me for them how long ago now, a year, or two at least, and after I scribbled them into the computer and sent them off he had one further request, that I record them as well. I remember standing at the microphone at the beginning of the session with Terry, the kind engineer who pretties up rock bands most days but loves the lyrics most of all. It’s what keeps him hanging in there hour after hour, listening to the same dull tunes wearing grooves into the imagination. But he lives for a well turned phrase, so he never minds when I book an hour because at last there are only words, precious words now, no Chuck Berry reworking in sight. I start by saying hi to yann and Thomas, feeling like a ghost, like I’m leaving something behind which I won‚t be around to see later.

These words. This testament.

There is no speaking without a return address, my words find there way back on a silver disc yann posts from Paris. On its smooth surface, an accretion of null points and ones, digital evidence of the crosstalk between yann and Thomas. The soundtrack has arrived.

It is strange, uncanny even to hear my voice gathered up into the storm of Thomas’s plague. He makes me remember. There are so many sounds that have passed through my life, and lacking the means to describe them, they slip right on by, there‚s nothing for them to hold onto. My memory begins with the eyes (Was the day bright or dark ? Not : was the day loud or quiet) and to an unfortunate degree, stays there. What Thomas summons (how did he know ?) on this disc is a micro-memory of sound, not déjà vu but deja écoute, the thousand small ways the body is defeated, unable to get up off the floor, breathe clearly, see across the room, and then something like hope, the beginning of hope arises out of these congested tones as the cells begin their patient work of restitching, climbing the mountain of the next day, leaving fever behind. There is no final clearing here, but the work, which I need hasten to mention does not belong entirely in Thomas’s laptop but in this place of trust grown slowly between yann and Thomas, is gobbed up into narrative form, telling tales of a (social) body’s passage through plague. How could I fail to hear it as my own story, granted chords and micro-tonal murmurings, even as yann‚s voice, crisp, deadly, precise, delivers fragments from the frontlines of this illness, giving way at last to Greg Bordowitz raising the roof at an AIDS rally. The hairs on my arms are standing. For three months nothing else will do, it accompanies breakfast, email, everything but the edit room. Digital narcissism ? Or some way to feel, with Rimbaud, with all of those similarly afflicted : “Je suis un autre”. But also : we are not alone. Someone has learned our song, someone from the outside, and we can sing it along with him. This plague will not be the end of us after all. This song, this movie will continue after we have cum and gone. Hear it if you can.

Always You (Tu, Sempre)

They told me it wouldn’t last, that I wouldn’t live, that there was nothing they could do for me. The year is 1988 and I have AIDS, and there‚s nothing, not really, that anyone can do about it, except to monitor my decline, along with all the others, weak and weaker, all waiting to hear what we already know. It‚s worse now, we didn’t think it could get any worse but now it‚s worse. When we leave there will be funerals to attend and friends to visit. New ways to say good-bye.

There are fevers and bad glands and pneumonia of course and bad reactions to drugs and shingles and nerve problems and I keep thinking I‚m one of the lucky ones. Because I’m still here. Still alive. Slowly, while my friends are lowered into the ground, or burned, or tossed across the water, or scattered across parks and street corners they used to brighten, slowly these new drugs arrive. Where once there was certain death, now there was a reprieve, for some of us at least, for many it was already too late. For anyone who was unlucky enough to be born wherever health care was impossible, in the epicenter of the disease, in Asia and Africa, the drug companies just said no, you can‚t afford it, you can‚t afford to live, and we can‚t afford to make you live. But I won the lottery again, because unlike my friends in the States, I get health care just because I was born in this country, this Canada, this Canada of the body. So I take the drugs, even though they make me sick, sicker than I’ve been for a long time, but I get over that. I get well again, and then something like normal happens. For a while it‚s manageable and there‚s not a funeral every week anymore, now it‚s every month, or every two months and all around me people are beginning to feel again. We‚re letting ourselves feel again. Because that‚s possible now, and it hasn’t been possible for a long time.

When I talk to my friend Gene he says I like bareback riding I don‚t care, if I get a dose I‚ll just go on the pills, just like you Mike, and I try to tell him but it‚s no use. He‚s going to do it anyway, and there‚s nothing I can say that might protect him from himself. There is only now. That‚s what Gene is telling me. Only now seems like such a short time.

My friend Tom is dying of Parkinson‚s. Slowly, he is losing control of his body, fired from work, his bank account empties, and it‚s not like he doesn’t care, not at all, but he starts having sex at the clubs. Sure he tries to check for condoms but sometimes it‚s late, he‚s not always careful, and eventually, finally, he becomes positive too. We are snatching defeat from the jaws of victory.
I’m so tired of dying. I know my friends are tired of it. The late night calls, the vigil in the hospital-for what ? I‚m still here aren’t I ? Just like the epidemic. Just like AIDS. How is it that a disease, which is so easy to stop, so easy not to pass along, keeps getting passed along ? Is this love ? Is this what love‚s become ? Whoops, I‚m sorry honey, I think I just killed you. By mistake. It‚s all been a big mistake. Only there’ll be no cleaning up the mess, not until the last one of us is dead and gone, no longer even able to utter a name, a single name of the long roll call of all those of us who have knelt beneath this illness, this reliable companion, and looked it straight in the face and said yes. Kill me. Infect me. I‚m ready now. Ready for the end. Won‚t you join us here ? It doesn’t take much, just a moment that‚s all, a little slip, and you’ll be on our side and then you won‚t have to read about it in the papers anymore and wonder why because you’ll be in it, body and soul. Like us. You’ll be getting busy dying.

Parler de moi c’est parler des autres L’intime comme moment du multiple. (Fr)

dans le cadre de L’intime sous tension, Transparence et dissolution du sujet dans la modernité Carré d’art, Nîmes 11-06-2004

La présentation de cette après-midi s’effectue selon des modalités particulières. En effet j’aimerais pouvoir montrer et faire entendre images et son s en même temps que je vais parler afin d’indiquer comment cela fonctionne cette affirmation du multiple, comme moment du moi.

PROJECTION de TU, SEMPRE (version 2003) dans mon dos alors que je parle

Évoquer une subjectivité à partir de ce qui la traverse, l’agite et non pas tant à partir de ce qui la fonde. Si pour Sartre, le regard d’autrui est constitutif de l’être au monde d’un sujet, quasiment le constituant ; pour nous en tant que producteur d’images et de sons, ce n’est pas tant le regard que l’énonciation qui constitue le principe de subjectivation. Il faut entendre alors ce qui s’énonce au travers d’un sujet. Cet énoncé semble toujours pluriel. Il reflète un rapport entre les forces, les énoncés d’un sujet. Cet énoncé indique qu’il ne saurait y avoir de figure unique en tant que sujet privilégié mais des moments dont la somme se ramène, certes à une personne mais, dont l’unicité est toujours questionnée d’une certaine manière au travers des énoncés produits. Qu’ils s’agissent d’images, de sons, de textes ne changent pas grand-chose à l’appréhension que l’on aura d’un sujet comme producteur d’énoncé singulier. Pouvoir énoncé, c’est être à la fois disposé à recueillir, (dans le sens d’accueillir, bien que cela semble évoquer la fable religieuse) à sélectionner, dans ce qui passe devant nos yeux, nos oreilles, nos sens : Tout ce flot d’informations, émotions et sensations en tout genre… Il nous faut trier, extraire afin de produire un usage particulier. Ce façonnage est couplage d’activités : un alignement et une juxtaposition du divers en un rendu comme multiple. On produit ainsi un usage privé, bien souvent commun à défaut d’être singulier. Cette appropriation et son rabattement selon d’autres paramétrages favorisent une production différenciée. À la manière des « cut up », des détournements lettristes et situationnistes, le prélèvement d’une information quelconque qu’il s’agisse de textes, d’images, de sons, de rôles… son déplacement autant lors de son rabattement que de la sélection conditionne des formes de récits ouvertes, véritables alternatives au tissu narratif général. Au moyen de la coupure, et par conséquent de la reprise, puisqu’il y aura d’une manière ou d’une autre recyclage du matériau emprunté ; un ensemble de possible s’offre qui manifeste autant les attachements aux situations, à des événements d’un passé partagé collectivement selon des modalités que chacun défini.
Ainsi l’appréhension du social autant que des individus ne peut répondre à la production d’un sens unique, mais est conditionnée, par une pluralité de forces qui exercent leurs attractions selon les aléas du moment, selon notre disponibilité à leurs égards.

Avant même de songer à la production artistique même, on peut dire qu’au moment où ça parle, ou ça se manifeste, c’est toujours une pluralité, une multitude qui parle qui se manifeste et ce indépendamment du fait que ce soi un sujet en l’occurrence moi ici et maintenant qui m’adresse à vous.
L’affirmation de cette subjectivité ne peut s’effectuer qu’au travers d’une multiplicité d’agents énonciateurs, qu’on le veuille ou non, à moins de se barricader dans un fantasme d’un sujet unique qui aurait valeur universelle. Mais on sait bien aujourd’hui qu’un tel discours n’est plus tenable, ne devrait plus être possible, à moins de travailler à promouvoir un empire, une colonie, et dans un registre plus intime, la figure d’un moi démiurgique, dont l’art et la critique se repaissent encore abondamment à savoir la figure du génie et tout ce qu’une telle croyance charrie. On sait combien cette croyance est tenace aujourd’hui pour nombres de dirigeants. Elle autorise les pires fanatismes.

La question semble alors composite. On est en présence d’une triade qui jouxte la production de cette subjectivité, celle de son énonciation c’est-à-dire les modalités de sa diffusion, de sa transmission, puis enfin celle de sa réception. Ces moments peuvent se conjuguer, s’entremêler en sorte qu’il devient parfois difficile de les dissocier. Mais, est-ce si important ? Il s’agit, avant tout, de processus. Ceux-ci conditionnent la production d’un sujet comme agent d’énonciations plurielles, le rabattement de ces énonciations dans une production qui relève de l’esthétique n’est pas nécessaire. C’est cependant celle qui me concerne le plus dans la mesure ou mon travail relève de ce champ, mais ne si limite pas non plus.

Envoi d’indices (2003) à partir de cette 10 éme minutes et ce jusqu’à la fin couvrant ma voix ponctuellement, ou bien je la laisse prendre le dessus, écoutant.

Lors de la production d’une pièce (sonore, visuelle) un part importante de l’activité s’inscrit dans l’hétérogénéité des composants qui concourent à la production de subjectivité. Ces composants divers sont filtrés par l’individu qui est lui-même le produit de cette hétérogénéité laquelle lui permet de s’investir de manière collective ou singulière. Ainsi l’appartenance à un groupe minoritaire ne garantit pas la pertinence du propos, mais favorise par son irruption revendicatrice la possibilité de mettre à mal cette conscience universalisante incarnée par une subjectivité rayonnante de l’homme occidental.

Depuis de nombreuses années, mon travail s’est organisé autour du cinéma élargi. C’est-à-dire un cinéma qui interroge autant l’objet du cinéma à partir de la question de simultanéité des événements projetés, que la spatialisation de l’image en mouvement. Ce champ m’a amené à envisager à la fois la multi projection, l’installation et la performance. La projection d’un film en salle, selon des modalités pré-établies fait de la projection une duplication, c’est-à-dire la reproduction d’un enregistrement. Comme vous le savez sans doute la projection d’un film en salle, qu’il s’agisse d’un support argentique ou non est similaire à l’écoute d’un CD, d’un lieu à l’autre ce n’est que la spécificité de l’équipement qui change la perception de l’œuvre, il n’y a pas d’intervention directe possible, à moins de prendre en charge sa transformation en directe. Rares sont les moments ou vous voyez la séance s’interrompre parce que le film brûle. On rejoue ainsi à l’identique, ce qui est grandement prôné par toutes les industries culturelles. Les lieux ne me permettent pas toujours d’orchestrer la diversité des évènements que je souhaitais déployer.

C’est ainsi que depuis quelques années je privilégie la multi projection à tout autre travail. Ce multiple s’effectue selon des projets particuliers, mais ne le sont-ils pas tous ? qui interrogent le sida, pour une part et pour l’autre une histoire personnelle qui est avant tout une histoire sociale.
Loin d’un épanchement intimiste, qui n’est par trop souvent qu’un dégueulis nombriliste favorisée grandement par l’usage du mini dv et son rabattement sur le diktat de l’audimat c’est-à-dire sur la consécration du divertissement à tout prix, sans retenue. Je tente avec plus où moins de réussite, – mais cette notion même est à remettre en cause. Pourquoi faudrait-il là encore se vouer au culte du performant ?- ; donc je tente de travailler à articuler préoccupations particulières, appartenance à une minorité dont la visibilité bien que s’accroissant n’en subit pas moins une disqualification au moyen d’une bienveillante tolérance, à des questions sociales. Cette inscription dans du social ne s’est réalisée pour céder au goût du moment, je ne suis pas proche en cela de la découverte récente du documentaire. J’essaye de trouver une manière comme d’autres de parler au travers en rapprochant parfois des expériences personnelles à d’autres champs. Ces rapprochements me permettent d’effectuer des renvois, de produire quelques échos à partir desquels on peut s’immiscer dans le travail spécifique d’une pièce. Produire des passages, constituer et élaborer quelques liens. Je manifeste ainsi une distance dans la manifestation de soi, se mettant à distance tout en affirmant au moyen de quelque micro récits.
Il s’agit alors de travail sur, avec, à partir de soi, sans que ce moi se complaise dans le confort de ses petites histoires. Dans ma pratique artistique, l’autofiction n’est pas à proprement parler un sujet de prédilection. Loin s’en faut !
D’une certaine manière je préfère la parenthèse, afin de mettre en doute autant ce qui se trame, quant à moi, que ce qui est tramé.
Une pratique de l’incertitude, dans laquelle le pluriel est bien venu. C’est ainsi qu’il s’agit d’évoquer plus qu’assener quand bien même dans le cas de Tu, sempre dont vous voyez des éléments défilés alors que je vous parle, travaillant une fois encore, bien que de manière superficielle cette multiplicité événementiel que j’évoquais précédemment, la pluralité des discours et leur non attribution dans le corps du film, nous mette dans une situation où nous devons dynamiser notre lecture autant que nos capacités d’appréhension.
Dans les deux cas qui nous importent le travail ne s’effectue non pas au nom d’une intimité partagée qu’autour de la production d’une subjectivité multiple, qui manifeste parfois des moments d’intimité qui peuvent être partagées plus ou moins explicitement. Ainsi les énoncés sur la sexualité homosexuelle ne sont-ils pas forcément partagés, mais leurs énoncés renvoient à nos comportements sexuels et permettent d’initier un dialogue, entre le projet et les spectateurs. Cependant le dispositif mis en place, un écran rotatif dont l’une des faces est un miroir favorise l’irruption de soi comme partie prenant du dispositif et les systèmes d’échanges auxquels le dispositif se réfèrent : sexualités multiples, usage de drogue, relations entre l’occident et le reste du monde, global et local…
On permet ainsi de faire entendre tous ces mondes, tous ces sujets qui nous habitent. Ainsi au détour d’une phrase, d’un mot, d’une image telle ou telle force s’énonce qui peut mettre en péril ou redynamiser, en le redistribuant tout l’édifice mis en place pour qu’adviennent des situations particulières, impromptues. Ces processus sont prépondérants pour la réception de l’œuvre. Ils manifestent des interstices dans lesquels chacun peut s’immiscer

(dvd n°2 installation tu, sempre version Marseille, ou Tours)

Aujourd’hui, dans cette salle, l faut reconnaître que ce ne sera pas tant le dispositif visuel qui ait montré cette après midi qui est le plus efficace puisqu’il privilégie des narrations multiples, qui échappent aux effets de fragmentation spécifiques à l’installation induites par la double projection et la rotation de l’écran dans l’espace.

Ainsi ma parole se constitue-t-elle, pas plus qu’une autre d’un ensemble qui mêle autant les genres que les discours à partir d’une multitude se sources : mot d’ordre, textes poétiques, écritures individuelles la mienne et d’autres, reprise et détournement de discours de politiciens, inclusions de directives, d’informations dans un continuum dont on arrive plus à distinguer l’origine. Mais cela a-t-il encore un sens de chercher l’origine dans la mesure ou nous sommes avant tout des individus pour le moins pluriel, et quand à systématiser une origine à des fins idéologiques on rate à la fois le sujet et les processus de subjectivations à l’œuvre au travers de ses énoncés.

On est toujours vacillant, sans cependant être à, la merci, mais sur la tranche, entre deux mondes. Au bord … Ce qui ne signifie pas pour autant être devant un gouffre. Non juste là, entre
Si on décide de travailler sur ces états ou le moi semble se dissoudre dans la pluralité et la multiplicité des courants, toute une stratégie se déploie qui interroge ces couches d’informations qui nous constituent. Il s’agit d’inscrire à la fois ces états, autant que leurs motions, leurs devenirs.
Inscrire, mais non pas prescrire, c’est-à-dire laisser un espace dans lequel l’autre pourra se glisser, y puiser à sa guise afin de créer à son tour d’autres mouvements, d’autres lignes, d’autres espaces.

À la manière de l’œuvre ouverte c’est au spectateur « de se placer volontairement dans un réseau de relations inépuisables, de choisir pou ainsi dire lui-même ses dimensions d’approche, ses points de repère, son échelle de référence, de tendre à utiliser le plus grand nombre d’échelles et de dimensions possibles, de dynamiser et de multiplier, d’écarquiller à l’extrême ses instruments de saisie. » Henri Pousseur in L’œuvre ouverte d’Umberto Eco.
Le moi devient alors une modalité du passage.

L’écriture et les supports (Fr)

Ecole National des Beaux Arts de Paris 01-04-2001

De l’un à l’autre, en passant de l’un à l’autre que gagne-t-on, ou perd-on ?
Du film à la vidéo, au numérique, les conditions particulières de production changent aussi bien que celles de réalisation qui mettent en cause différents aspects, des spécificités de chaque média utilisé, que ce soit au niveau de la prise, production d’image, séquence, que son traitement au tournage au montage, ou à la postsynchronisation, via la numérisation.

Qu’est ce qu’une écriture ? peut-on parler d’écriture en ce référent au cinéma, à la vidéo ? Que désigne-t-on lorsqu’on parle d’écriture, les caractéristiques d’un support, les qualités que travaille ledit dit support, quoi ? La manière de filmée, la manière de composer le mouvement les images, le temps ? Tout ça et pas que ça, ou encore d’autres choses…

Le cinéma requiert un film c’est-à-dire un ruban de pellicule travaillée d’une manière ou d’une autre. Il peut être impressionné photographiquement ou manipulé de toutes manières. Le film comme support du cinéma.

L’acte de faire un film, le montage physique du ruban filmique, donne quelque peu l’impression de fabriquer un objet : le fait que les artistes du film aient saisi la matérialité du film est d’une importance inestimable, et le film invite certainement à un examen à ce niveau. Mais dès que le film est achevé, l’objet” disparaît. Le ruban filmique est un système élégant qui permet de moduler des faisceaux d’énergies standardisées. Et ce travail fantôme apparaît sur l’écran par l’intermédiaire d’une notation utilisée par un acteur mécanique virtuose, le projecteur. [1]”

Le cinéma présuppose un support d’enregistrement : une matrice qui n’est autre chose qu’une trace déposée sur un ruban perforé, en ce sens il se distingue de la vidéo qui recourt à un ruban magnétique non perforé. Il s’agit de l’empreinte d’un enregistrement photochimique (c’est ce qui le rapproche le plus de la photographie) ou de l’inscription sur une émulsion qu’elle soit vierge ou non (c’est ce qui le rapproche le plus d’une pratique artistique dans la mesure ou cette marque est le domaine de l’expression, de l’expressivité). De plus, le film présuppose un dispositif particulier pour être appréhendé par autrui. Dans ce dessein, deux conditions sont nécessaires mais pas indispensables. Il faut tout d’abord une salle obscure ce que l’on appelle un cinéma, afin que l’image projetée ait une intensité maxima, cette salle nécessite une surface de réception délimitée : un écran. Cette surface standardisée est le site de la projection.
Entre l’image du ruban et l’image projetée : un abîme. Cet abîme est l’objet premier des cinéastes. Comme pour la musique électroacoustique, avec le film, on est en présence de deux supports identiques dans leur matérialité, mais qui n’ont pas les mêmes fonctions : le support d’enregistrement et le support de diffusion. Ces deux modes peuvent s’abolir pour n’en former plus qu’un seul, ils s’équivalent alors et principalement lorsqu’on montre le matériau brut. Montrer ce matériau (attitude rarement privilégié par le cinéma industriel ou par la télévision lorsqu’elle était dominée par des critères narratifs similaires à ceux du cinéma) ne signifie pas l’absence de montage ou de manipulation graphique, chimique et photographique de ce support duel. Il faut envisager le montage comme pouvant s’effectuer autant lors du tournage qu’à des stades ultérieurs de production d’un film. Il n’est pas nécessaire de montrer, de projeter des copies hygiéniques. Ou alors on se limite à envisager la pratique du cinéma comme relevant du divertissement et de ses techniques de conditionnement et marketing.
L’utilisation du support d’enregistrement comme support de diffusion ; c’est-à-dire cette équivalence entre les deux états ou fonctions du support est ce qui perturbe le plus. Le document soudain s’autonomise pour devenir qui sait : un art.

Le cinéma fait appel à un ruban de Celluloïd photosensible, à un appareil d’enregistrement plus ou moins sophistiqué et à un appareil de projection. Le projecteur restituant l’enregistré au moyen du ruban. Le dénominateur commun est donc le ruban, c’est-à-dire notre fameux support.

Mais revenons si vous le voulez bien, à notre film. Vous conviendrez que le film existe à partir du moment ou dans une salle, on assiste à la projection d’un faisceau lumineux qui s’aplatit sur une surface (qui n’est en revanche que très rarement photosensible) et laisse percevoir une légère pulsation ; une irisation qui divise la surface lumineuse en plusieurs zones (de fait quatre zones plus claires séparées au centre par une croix plus sombre) et qui à 16 ou 18 images par seconde est beaucoup plus visible, plus hypnotique. Dans ce cas, le cinéma est une projection lumineuse qui aurait la vertu pour notre perception de se modifier dans le temps. Le cinéma est donc une projection lumineuse qui se déploie dans le temps. Cette projection ne semble pas nécessiter par définition d’image particulière, avant même d’être qualifié, la projection de la lumière seule au moyen de cet appareil produit du cinéma. Notre outil est un appareil optique : un projecteur, à partir duquel on peut calibrer la lumière de plusieurs manières, en rendant plus ou moins nets les contours du cadre, en les définissant correctement ou en jouant avec des phénomènes optiques simples qui donneront l’impression de produire un volume en relief ou en profondeur ; comme une boîte de lumière. Le cinéma est une boîte lumineuse qui en appèle à une autre plus grande boite noire qui le contiendrait et le rend possible. Le cinéma façonne l’espace de sa représentation au moyen d’un faisceau lumineux. Le cinéma serait aussi de la sculpture ?

Et je n’ai toujours pas introduit de ruban dans la machine. Mais en ai-je vraiment besoin. Je pourrais dire en accord avec Peter Kubelka “Le cinéma est la projection rapide de lumière intermittente” et, dans ce cas, je n’ai que faire du ruban, mais ce n’est pas suffisant pour le cinéaste ; “Les photogrammes heurtent littéralement l’écran.” Je parlais de sculpture auparavant. “L’articulation du cinéma est entre les images. C’est entre les images qu’advient le cinéma. [2]” Nous retrouvons, notre abîme de tout à l’heure.

L’enregistrement : sur le ruban. Le grain de l’émulsion qualifie la lumière. À propos de grain, le recours à de plus petits formats, ainsi qu’à des émulsions rapides, ou très sensibles augmente de façon substantiel la granularité de l’image et fait de celui-ci l’unité discrète du cinéma. Les images deviennent des graines de lumière. Cette granularité distingue le cinéma des supports électroniques dans la mesure ou ces derniers travaillent sur des segments pixels dont la définition est d’être séquentiel ce qui n’est pas le cas des grains au cinéma.
Une fois cette émulsion qualifiée, -qu’importe la manière – sa projection permet de prendre conscience de l’écart inouïe qui la sépare d’elle-même. Encore une existence séparée, serait-elle donc aliénée ? Du même s’agit-il vraiment ? Écart qui ne fait qu’accroître lorsqu’on passe du moniteur à la projection, en ce qui concerne la vidéo. Avec cette dernière, on renoue avec le faisceau divin. En effet il n’y a pas de rapport de visibilité directe entre le support et sa traduction lumineuse. En tout cas on accepte la conversion.

Ne dit-on du cinéma qu’il serait de la photographie en mouvement, et l’on sait que le grain de la photo comme celui de la voix est essentiel pour l’appréhension de ces médiums. Le cinéma serait l’animation d’image fixe qui accéderait aux mouvements par la vitesse de défilement du ruban dans la caméra et dans le projecteur. Le cinéma meut le fixe. Le cinéma produit ainsi une impression de continuité dans le mouvement, une impression de réalité selon le mythe de la soi disant persistance des images, selon une apparente fidélité et conformité de la représentation à son modèle. À ce compte, on comprend aisément l’importance pour le cinéma industriel de la narration et du drame qui sont devenu pain béni. Au nom du photographique et de l’effet de ressemblance, on instaure des dogmes et des attitudes qui visent à confisquer le cinéma à des fins promouvant la linéarité et la narration classiques comme essence du film.

La relation entre le cinéma et la photographie fixes est censée faire l’objet d’une controverse. La religion courante, à ce sujet, est du genre l’œuf et la poule : le cinéma “accélère” 1, d’une certaine façon, les photographies fixes et les met en mouvement.
On postule implicitement que le cinéma est un cas particulier de l’orthodoxie de la photographie fixe. Étant donné qu’on ne décèle nulle nécessité, dans la logique visuelle des photographies fixes, d’une telle “accélération”, il est difficile de voir comment cela se serait produit.
C’est un lieu commun historique de dire que la découverte des cas particuliers précède dans le temps l’extrapolation de lois générales (Par exemple, le triangle droit et ses côtés rationnels mesurant 3, 4 et 5 unités existaient avant Pythagore.) La photographie date d’avant le cinéma photographique.

Alors je propose de sortir le cinéma de ce cercle vicieux en lui superposant un autre genre de labyrinthe (avec issue) – en posant quelque chose dont l’actualité commence à se concrétiser : nous pourrions décider de lui donner le nom de cinéma infini.
Une caméra polymorphe tourne et tournera toujours, l’objectif fixé sur toutes les apparences du monde. Avant l’invention de la photographie fixe, le photogramme du cinéma infini n’était qu’une amorce vide, noire ; puis des images apparurent sur le ruban du film. Depuis la naissance du cinéma photographique, tous les photogrammes se sont remplis d’images.
Rien, dans la logique structurelle du ruban filmique de cinéma, n’empêche de prélever une image unique. Une photographie fixe est tout simplement une image isolée qu’on a “sortie” du cinéma infini.
” [3].
1 Le verbe est de MacLuhan, qui (comme d’habitude) avale à la fois l’appât et le plomb lourds qui lui est attaché.

La disparité entre l’enregistré et le perçut est manifeste à la prise autant qu’à la projection. Précisons ; il n’est jamais trop tard d’ailleurs que si l’on peut parler de cinéma on doit parler de films au pluriel et ceci à cause de la diversité des formats qui s’offrent aux cinéastes. On ne filme pas de la même manière, ni ne filme les mêmes choses avec du Super 8, du 16mm ou du 35mm. Cette disparité des formats éveille en moi, une réflexion de Téo Hernandez qui très justement disait :
En rentrant du restaurant avec Gaël, j’observe les ordures par terre et me dis qu’en Super 8 je n’aurais pas de problème pour les filmer. L’acte serait immédiat, mais en 16mm je ne pourrais pas, ou presque. Alors je me dis qu’en réalité je pourrais faire deux cinéma : celui du Super 8, qui serait le plus osé, le cinéma du rêve, et celui de la réalité, le 16mm. Mais en réalité, je pourrais réaliser les deux sans les limiter dans leur champ d’action.” [4]

La légèreté de la caméra super 8, sa maniabilité, sa manière de s’effacer, similaire en cela aux caméras Hight 8, font de cet outil un instrument particulièrement adéquat pour filmer en plan séquence tenue à la main, sans contrôle, mais aussi totalement efficace pour fusionner les images en jouant des zooms et des mouvements rapides de caméras afin de produire des filages, des bougés, des flous etc…. Le travail image par image acquiert une souplesse rare avec la caméra légère. L’une des différences notoire introduite par ce format, vis-à-vis du 16mm, tient au fait que les émulsions soient retreintes en regard de celles qui sont disponibles en 16mm. On trouve du noir et blanc et deux types de stocks couleurs : Kodachrome et Eastmancolor de 100 asa.
Par ailleurs le fait de ne pouvoir filmer en négatif ne facilite pas tant la circulation de copies. Mais l’une des revendications du super 8 est justement cette abolition pourrait-on dire de l’usage semi professionnel ou professionnel au profit d’un format amateur, un cinéma de chambre, ou pour reprendre une expression chère à Jakobois un Cinéma da Camera. Un cinéma débarrassé de son temple imposé : la salle de cinéma, un cinéma débarrassé de son mode de fonctionnement industriel qui se manifeste dans la séance de cinéma, qui s’oppose d’ailleurs à la notion de cinéma permanent qui faisait qu’il était possible d’entrer quand on voulait dans une salle, aujourd’hui c’est moins fréquent.
Utiliser du super 8 c’est-à-dire des cartouches de 15m, d’une durée de 3 minutes, induit une dynamique typiques vis-à-vis de ce qui est filmé. Faire de chaque bobine un événement à la manière dont Vito Acconci réalisait ces premières actions cinématographiques, performances pour caméra. Jan Peters aujourd’hui ainsi que d’autres cinéastes allemands et Japonais recourent aux supers 8 que la limitation qu’offre le passage d’une cartouche à l’autre induit une fragmentation du récit, mais aussi des prélèvements hachés si l’on respecte la prise directe, sans faire de montage ou de coupes ultérieures. Lorsque j’utilise le super 8 c’est avant tout pour la maniabilité de l’outil, la caméra, sa discrétion et aussi pour l’incroyable qualité des couleurs acidulées que nous offre le super 8 lorsqu’on le gonfle ensuite en 16mm. On fait ainsi explosé le contraste, augmentant les zones de ruptures chromatiques. Véritables décrochages dont joueront encore plus certainement les cinéastes travaillant le développement de leurs bobines super 8 ; une matérialité, fragilités supplémentaires dans le traitement artisanal de l’émulsion qui permet d’envisager d’autres modalités du cinéma en envisageant à la fois la performance et qui sait l’installation.
Comme le remarque Helga Fanderl : « Ma caméra Super 8, très légère, est toujours là avec moi, découvrant avec moi les images et les scènes qui me font fortes impression. Je réponds directement et en fonction d’une idée fixe à la fascination et au charme d’un endroit ou d’un événement, d’une situation ou d’une personne. Immédiatement, je transpose et condense sur le film ce que, précisément, je vois et perçois, unifiant l’image avec l’atmosphère dominante à ce moment de la perception.
Mes films grandissent dans la caméra, et ils sont montés à l’intérieur de celle-ci et non pas à l’aide d’une table de montage ; toutes mes décisions sont immédiates et sont prises pendant que je filme. Leurs formes temporelles, le jeu entre les prises des vues et les rythmes sont uniquement construits en interaction directe avec le monde filmé, permettant ainsi à chaque sujet de trouver son expression dans le style qui lui convient…
Je suis intéressée par le fait de capturer le moment et par le fait de le faire durer. Le cinéma est le seul médium qui me donne la liberté de faire cela. La caméra capture et enregistre un segment de temps réel, dans sa continuité, puis elle génère une nouvelle expérience qui a son propre et unique temps cinématographique.
 » [5]

Il s’agit à la fois de promouvoir au moyen du super 8, un usage personnel du cinéma, sur ce point Stan Brakhage à propos du 8mm est très clair, mais aussi il s’agit de promouvoir l’installation comme abolissant le déroulement d’un film selon les critères du drame, de la narration, d’un programme linéaire avec résolution d’un problème psychologique précis.

Depuis des années je dis que montrer un film, une œuvre d’art, dans un auditorium c’est un peu comme faire défiler une seule fois sur un écran lumineux du New York Times, un poème d’Ezra Pound. Il est temps d’arrêter cette lubie de ne jamais considérer le film comme quelque chose qui n’a pas besoin d’être vue plusieurs fois pour être compris. La télévision a fait du plan unique le mode principal d’accès à l’expérience visuelle. Si vous manquez le passage à la télé, il y a de fortes chances que cela n’y repasse plus ce qui empêche toute étude. Par conséquent il n’y a pas de place pour des œuvres qui ont plusieurs niveaux. Si cette sorte de présentation s’avérait exact pour la poésie alors la poésie n’existerait plus. Dans le langage que requiert la poésie, l’étude et l’habileté à manipuler le langage d’avant en arrière sont nécessaires. Si les films étaient disponibles chez soi cela ouvriraient soudain toutes les possibilités.” [6]
À l’époque ou Stan Brakhage écrivait ce texte, les magnétoscopes et les caméras vidéos portables n’étaient pas disponibles. L’utilisation et la répétition des mêmes images sans cesse d’une chaîne à l’autre a dû depuis changer son mode d’appréhension du cinéma chez soi. Il reste toujours pertinent de déplacer le cinéma de la salle, et de ses séances afin de favoriser un usage personnel du film. Le cinéma expérimental, l’art vidéo et les réseaux facilitent ce désenclavement.

Le recours aux petits formats permet aussi de se débarrasser de la sempiternelle fascination qu’exercent sur nous les belles images policées, bien léchées. Avec les caméras numériques, ce souci de l’image correcte est poussé à bout dans la mesure où tout est automatisé en sorte que l’on peut produire, réaliser du prêt à diffuser croit-on. Mais revenons à nos petits formats.Lorsque Peggy Ahwesh, ou Saddie Benning utilisent la caméra vidéo Fischer Price, elles savent toutes les deux mettre en jeu un ensemble de caractéristiques particulières dues à la profondeur de champ réduite de l’appareil, en construisant des décors restreints à l’image d’un théâtre de chambres. On est ainsi à la première loge d’un spectacle avant tout privé dont on n’est pas certain qu’il s’adressât à
nous.

Vous constaterez que nous n’avons toujours pas affaire aux images. Nous n’avons pas encore évoqué leur répartition sur le ruban lors de la prise de vue selon des photogrammes séparés les uns des autres. Ces petits cadres ont constitué pour de nombreux cinéastes, l’unité minimale du cinéma. On indiquera en passant que cette unité relève du mythe plus que de la réalité, et nous en aurons pour preuve le fait qu’il existe des modalités de composition qui à partir d’une sérialisation des photogrammes et des éléments de celui-ci entraînent la production d’une perception qui ne pouvait être celle d’un œil mais celle d’une machine. Production d’un composite qui se donne dans le temps.

Imaginons un œil qui ne sait rien des lois de la perspective inventées par l’homme, un œil qui ignore la recomposition logique, un œil qui ne correspond rien de bien défini, mais qui doit découvrir chaque objet rencontré dans la vie à travers une aventure perceptive.
… Je suis en quête de formes qui relèvent du cinéma pur, qui n’imitent pas celles des autres arts ni ne soient tributaires d’une caméra utilisée comme un œil. Je ne veux pas que les films ne fassent que présenter, comme le fait tout documentaire (c’est les seul moyen que le cinéma ait trouvé pour se libérer du drame filmé), mais je désire qu’ils transforment les images de façon qu’elles n’entrent en relation avec le film que lorsqu’elles sont projetées sur l’écran … qu’elles existent de leur plein droit en quelque sorte…/… Je rêve d’une danse cinématographique qui n’utiliserait que le potentiel de ce médium, qui ne s’appuie pas uniquement sur le fait que le cinéma est habilité à montrer des images en mouvement
.” [7]

C’est lorsqu’on travaille la sérialisation photogrammique que l’écart entre le filmé et le rendu est le plus évident.

Entre le filmé et le vu : extrait de R et de Temps de mètre

Dans l’un de mes premiers films : R (1975), j’ai voulu appliqué à un panoramique de 180° une organisation des prises image par image selon la transcription partielle d’une invention à deux voix de J.S. Bach. Il n’était pas question de reproduire, ni de donner à voir, et encore moins à entendre l’invention de Bach mais, de se servir d’une transcription arbitraire qui assignait à chaque note un angle de prise de vue du panoramique (tous les 5°) et me permettait ainsi, de jouer d’un clavier à raison d’un photogramme par note. Il s’agissait de constituer indépendamment de la valeur de chaque note un système d’équivalence à partir duquel j’organisais les prises (notes / photogrammes) dans un paysage : un jardin à l’abandon devant un logis du 18 siècle. Je jouais ainsi de ma caméra comme d’un clavier et commençais à parcourir le paysage selon des suites de déconstruction savantes qui illustraient parfois des lignes de développement de formes musicales. On pourrait parler de visualisation d’une polyphonie qui cependant joue avec la sérialisation des photogrammes et inscrit ainsi la musique comme paradigme cinématographique. Déconstruction car le paysage se reconstituer selon des faux panoramiques simples ou complexes selon les formes auxquels je recourais. L’application de canons ou de fugues permettait de mettre en place des voix distinctes en faisant se croiser des mouvements sur le jardin. À la projection, ces mouvements se dissolvaient, sans pour autant se décomposer en une suite effrénée de plans compressés. L’usage de règles musicales n’avait pas pour but leurs reconnaissances que la liberté qu’elles représentaient appliquée dans un autre contexte que celui pour lesquels elles avaient été conçues ou usées. Ces règles, ces principes d’organisations utilisés dans le champ visuel me semblaient courcicuiter les schémas d’organisations narratives. Cette démarche et ses choix permettaient de ne pas (avoir à) tenir compte de la suprématie de la mimésis. En effet, à partir du moment où l’on assigne un tempo soutenu, en distinguant chaque photogramme (et cependant proche par le sujet qui est dépeint) on favorise le brouillage visuel, ou plus exactement on joue de l‘indistinction et du glissement d’un photogramme à l’autre ; on travaille des seuils de perception visuelle. Le paysage se fragmente ainsi en une suite d’éclats qui apparaîtront plus ou moins séparés en fonction des principes de tournage qui illustrent directement ou indirectement un processus musical. L’intérêt de la proposition résidait dans l’adéquation entre les mouvements d’appareil : des panoramiques et les parcours sur un pseudo clavier. Pour indiquer et marquer les sautes, hiatus d’une note à l’autre, j’intercalais un photogramme noir entre les images du jardin. Ces photogrammes quasiment noirs en dehors d’un vague cône latéral de lumière blanche dupliquaient l’alternance lumière – obscurité constitutive au fonctionnement du dispositif cinématographique. Ce qui importait n’était pas tant la mélodie : le parcours sur le jardin, que les rythmes induits par le système.
Ce film contenait par sa facture : suite de faux panoramiques horizontaux, débitées par le filmage image par image, des potentialités d’expansion qui s’actualisèrent lorsque le film multiplia ses écrans : double pour RR (1985) ou quadruple : Quatre Un (1991) et son pendant comme installation : Quatr’un (1993). À chaque nouvelle addition (d’écrans), l’impression de musicalité se trouve renforcée, sans pour autant être revendiquée. Par le doublement en miroir du premier film, RR, dévoile de manière plus explicite la structure musicale implicite sur laquelle il était construit. Les images se mirant, tous écarts entre elles déclenchent de subtiles variations évoquant les combinaisons à partir d’un thème que toute improvisation convoque. Le film propose un développement telle dans sa forme et ses mouvements latéraux que son doublement dans la durée, et sa projection inversée gauche droite souligne les qualités de symétries inhérentes à sa spatialisation, à son expansion.

Ce support qu’est le film a une durée de vie limitée. L’une de ses qualités réside dans son instabilité même : on ne peut le fixer, on assiste rapidement à la déperdition des couleurs… La restauration est devenu depuis quelques années l’un des objets privilégiés qui caractérisent notre rapport au cinéma. Si celui-ci veut prouver son existence, il faut le préserver le plus rapidement possible. Une lutte contre le temps a imposé ainsi des plans de sauvegarde et une politique drastique vis-à-vis de son instabilité même. Au moment où l’on pensait avoir résolu les problèmes de conservation, une fois que les films-nitrates ont été transférés sur des films safety, on découvrit un nouvel agent de décomposition : le syndrome du vinaigre sévissant les émulsions sures ne l’étaient plus. Ultime grâce, la numérisation. Le film résiste à son embaumement. Toutes ces aventures (pour le moins cinématographiques) confèrent une autre tonalité à la défense du patrimoine, cette rébellion du support qui ne peut se satisfaire d’être, et manifeste son devenir : la dissolution des émulsions avant leurs disparitions.
Ce support est aussi un support friable ; il favorise, subit les brûlures, les rayures et altérations de toutes sortes. On ne peut le fixer à moins de le numériser et de changer de support de conservation. Le film comme support de reproduction ne peut se conserver dans l’état.
Ce support est fragile, il se raye à la projection, lorsqu’on le manipule, il fond, il se détériore au fil des projections ; il est un objet de transit. Un objet en perpétuel changement, je n’ose dire en constante motion. Toujours en évolution, le cinéaste lorsqu’il ne veut pas refaire encore et toujours de l’art ancien, du théâtre filmé, de la peinture académique, du réalisme photographique, travaille ces transformations et ces évolutions en interrogeant la spécificité de ce support.
De la nature et de ses transformations, quelques cinéastes ont fait leur objet de prédilection, je pense principalement à Jurgen Reble et à Metamkine, entre autres mais cela avait été envisagé par des cinéastes comme patrice Kirchoeffer… Ainsi Jurgen Reble dit : Au cours des cinq dernières années, j’ai principalement travaillé avec l’épaisseur de la gélatine. J’ai emprunté à la nature quelques motifs saisis en état de flux : surface de l’eau sous la lumière, nuage, animaux en mouvement, processus micro et macrocosmiques, etc. J’ai développé ces images comme des reproductions et j’ai utilisé des sels qui normalement sont rincés après le développement afin de recouvrir ces substances séchées, partiellement cristallisées, ces images, couche par couche. Dans cette épaisseur, j’ai gratté sur la pellicule des signes graphiques et des motifs. Ces images, représentation de la nature et des couleurs du matériau de base : les sels et les pigments dans les fragments de gélatine ont permis d’appréhender les propriétés physiques et chimiques du film. Du nombre de couches de matériaux superposés dépend la profondeur spatiale. [8]

Parmi ceux-ci il en existe entre autres un qui travaille l’écart entre la simple reproduction de l’enregistré, du produit fini, achevé, qui n’a plus qu’a être joué comme un disque, une bande, une cassette, en introduisant des modalités qui sont liées à l’interprétation, aux gestes d’un corps, ou à l’introduction du hasard ou de phénomènes non enregistré et qui dépendent autant des participants que de la spécificité du lieu qui reçoit des projections. Je me réfère ici autant la projection d’aujourd’hui, ici et maintenant selon les conditions particulières de cet amphithéâtre, qu’aux travaux des cinéastes qui font des performances, ou qui utilisent les multi écrans, et qui ne fixent pas définitivement les modalités d’une présentation dans le registre standardisé par l’industrie qu’elle soit du spectacle ou culturelle.

Écart possible et travaillé entre la simple reproduction (projection) et la performance, ou l’expanded cinéma, multi écran compris. À partir d’un canevas préexistant s’ouvre l’improvisation. De même, l’installation cinéma brise le champ la sempiternelle séance en proposant la plupart du temps des boucles, sans débutnifin. Cette présentation du cinéma change radicalement notre manière d’être vis-à-vis de notre consommation de l’objet d’art et de l’objet temporel dont le développement nous ait imposé, et dont nous ne pouvons pas disposer à notre guise. D’où le paradoxe des plasticiens contemporains qui se plongent à corps perdu dans des petits théâtres nostalgiques d’une séance de cinéma dans la galerie.

C’est dans ce cadre, de la performance, du multi écrans etc… que les croisements avec l’acousmatique sont les plus fructueux ou tout au moins c’est dans ce champ que l’on peut voir ce que le cinéma peut partager avec l’acousmatique. Il va sans dire que je ne pourrais qu’être superficiel, et donc simplement indicatif. Très schématiquement on dira que le cinéma est à priori un art de l’enregistrement, de l’enregistré et de la restitution de cet enregistrement lors de la projection. Comme tout art reproductible il favorise une manière d’être au monde : “La technique de reproduction n’est pas pour le film, une simple condition extérieure qui en permettrait la diffusion massive ; sa technique de production fonde directement sa technique de reproduction. Elle ne permet pas seulement, de la façon la plus immédiate, la diffusion massive du film, elle l’exige.” [9]
Cette reproductibilité qui inscrit sa circulation de masse trouve son développement à la fois dans la vidéo et à la télévision qui réintroduise l’ici et le maintenant dont le cinéma semblait parfois dépourvu en dehors de sa projection même, c’est ce qui explique très certainement la fascination exercée par la performance et l’expanded cinéma qui réintroduisent l’intempestif au sein du programmé, qui font soudain surgir le joué dans la mécanique. Le projecteur jouant sa partition que les performeurs, cinéastes peuvent désorganiser afin de briser le bel agencement d’une mécanique bien huilée.

Le film semble favoriser, mais la vidéo encore plus l’idée de la collecte et de sa transformation en collection. Accumulation d’images, les unes après les autres qui travaillent le temps. Sans fin les images s’ajoutent les unes à la suite des autres dans un mouvement incessant dont Andy Warhol se fera entre autres l’un des agents les plus efficace dans le champ du cinéma et de la photographie.

La production due au clignotement d’effet visuel particulier spécifique au support-film dont nous avions parlé lorsque nous avons envoyé la lumière du projecteur.

L’écran qui n’est pas une surface à priori sensible mais de réception ; d’un support l’autre de l’enregistré au joué. Technique instrumentale

Notion de montage cinéma et affiliation avec le montage virtuel

Sur les rapports qu’entretient le cinéma expérimental avec des stratégies d’organisations non linéaires.

Les structures cinématiques qui brisent la présupposition du seul développement, de la résolution narrative unique, peuvent avoir leur origine dans nombres de solutions explorées par le cinéma expérimental et la vidéo depuis plus de 80 ans.

On peut trouver des notions de non linéarité et ce en schématisant outrancièrement dans le cinéma expérimental selon deux axes : la première direction est l’abstraction comprise dans le sens d’imagerie non représentative.
La seconde est celle qui brise la forme narrative et qui comprend les travaux qui incorporent de la représentation photographique
.” [10].


[1] Hollis Frampton : Pour une Métahistoire du film Notes et hypothèses à partir d’un lieu commun inL’ecliptique du savoir sous la direction de Annette Michelson et Jean-Michel Bouhours, p111 Centre Georges Pompidou, Paris 1999

[2] Peter Kulbelka : La théorie du cinéma métrique, in Peter Kubelka, Paris expérimental, Paris 1990

[3] Hollis Frampton : Pour une Métahistoire du film Notes et hypothèses à partir d’un lieu commun, op citéep 106-107